O rap tem uma raiz política e para seguir forte tem que se manter ligado à periferia. Essa é a avaliação do músico Crônica Mendes.
O rapper se apresentou, nesta sexta-feira, na terceira edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece no Parque da Água Branca, zona oeste da cidade de São Paulo.
Segundo Mendes, o rap nasceu do protesto e não pode deixar de lado a luta social.
“O rap nasceu do social, rap nasceu do protesto. Por mais que, hoje em dia, a gente ganhe dinheiro com isso, a gente não pode deixar de lado esta questão. A partir do momento que o rap tirar o pé da periferia e tirar o pé do social, tirar o pé da questão política, podemos dizer que o rap estará morto. E a raiz do rap é na periferia, é o dedo na ferida. A luta tem que continuar porque nem todo mundo está sorrindo e a revolução ainda precisa”.
Mendes falou ainda sobre sua trajetória e os músicos que influenciaram sua carreira.
Sou um rapper do interior de São Paulo, com raízes na zona sul. A influência vai desde músicas nordestinas, misturando rock com rap, Racionais MC’s. Existe também um certo momento de ousadia, tocando Gonzaga, Alceu Valença”.
A Feira da Reforma Agrária acontece até este domingo, 6 de maio, e tem, além das atrações musicais, a venda de frutas, doces e artesanato produzidos pelos assentados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Edição: Tayguara Ribeiro