Desastre

Buscas por vítimas em prédio que pegou fogo continuam em São Paulo

Parentes de vítimas do desmoronamento tentam fazer reconhecimento de restos mortais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Prédio de 24 andares desaba após Incendio no Largo do Paissandu em São Paulo
Prédio de 24 andares desaba após Incendio no Largo do Paissandu em São Paulo - Paulo Pinto/FotosPublicas

A mãe e o irmão de Selma Almeida da Silva, uma das possíveis vítimas do desmoronamento do edifício Wilton Paes de Almeida, saíram do interior da Bahia na segunda-feira (7) e chegaram na tarde de terça-feira (8) a São Paulo.

O irmão, William, seguiu direto para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer os exames de DNA e tentar identificar os restos mortais localizados entre os escombros do edifício.

“Eu vim em busca da minha irmã, Selma Almeida Silva. Eu tenho pra mim que ela não está mais viva, fui logo pro IML fazer o exame.”

Além de Selma, os dois filhos gêmeos dela, Vender e Elder, de 8 anos, também estão na lista de possíveis vítimas. Nesta terça-feira (8), os bombeiros localizaram um corpo pequeno, possivelmente de uma criança e os restos mortais de um adulto.

Ao todo, os bombeiros procuram oito pessoas desaparecidas. Foram confirmadas a localização de dois corpos, além do que pode ser os restos mortais de uma terceira pessoa. Cerca de 2 mil toneladas de ferro e concreto já foram retiradas do local.

Algumas famílias que moravam no prédio seguem acampadas no Largo do Paissandú. Por conta da previsão de chuva, foram instaladas lonas sobre colchões e barracas, que se concentram em frente à igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Já as vistorias que a prefeitura de São Paulo começou a fazer com o objetivo de checar a situação dos 70 prédios ocupados em São Paulo continua sob sigilo.

Segundo a defensora do núcleo de Moradia e habitação, Luiza Lins Veloso, as visitas das equipes técnicas chegaram a ser suspensas a pedido dos movimentos de moradia, que temem ações de remoção. Segundo a defensora, apenas uma vistoria foi realizada até agora em uma ocupação localizada na Avenida São João. As novas visitas só seriam retomadas na semana que vem.

A prefeitura nega a informação e diz que as visitas continuam, mas não informa quais e nem quantos prédios foram vistoriados. Segundo a União, uma ocupação, localizada na rua Marcondes, aconteceu nesta terça-feira.

O Ministério Público do estado recomendou que as vistorias não se limitem a analisar as áreas comuns dos prédios, mas também os espaços individuais, usados como habitação.

Edição: Mauro Ramos