A jogada de marketing de Temer no Rio saiu pela culatra
Da mesma forma que os responsáveis pela economia nacional e o presidente aqui no Brasil culpam o anterior governo deposto por um golpe pela crise atual, na Argentina ocorre a mesma enganação. O presidente da Argentina Maurício Macri, que agora negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar uma grave crise econômica, culpa o anterior governo de Cristina Kirchner pelo que está acontecendo em termos de crise econômica que se manifesta com a desvalorização da moeda (peso) e o aumento da inflação que está em 20%, ou seja, 5% a mais do que o previsto pelas atuais autoridades.
Enquanto isso, o ex-ministro da Fazenda e também aposentado do Banco de Boston, Henrique Meirelles, que aspira ser candidato à presidência pelo MDB, apareceu na 73ª reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos para culpar o anterior governo pela crise atual e ainda por cima, na maior cara de pau, teve a coragem de afirmar que a reforma trabalhista vai acabar com o desemprego.
Mas quem imagina que Meirelles ficou só nesses pontos, engana-se. Ele simplesmente justificou a contenção dos gastos por 20 anos como necessária. Ignorou que a educação, saúde e a área de segurança estão em queda porque as verbas estão congeladas. Aliás, o atual governo que Meirelles serviu por quase dois anos, depois de tentar ganhar apoio da opinião púbica ao decretar a intervenção federal militar no estado do Rio de Janeiro, até agora, segundo o noticiário da imprensa, nem liberou verbas para a ação.
Por sinal, a realidade é uma só, ou seja, a jogada de marketing de Temer no Rio saiu pela culatra, isto é, os índices de violência aumentaram, mas o presidente afirma, para justificar a sua derrota política, que os resultados do decreto demoram algum tempo para demonstrar que deu certo. Retórica da enganação.
Até a Organização das Nações Unidas (ONU) critica a jogada de Temer com a intervenção, independente das alegações do ocupante do Palácio do Planalto com o claro objetivo de continuar enganando a opinião pública.
É preciso mandar um recado ao lesa pátria: seu tempo se esgotou. Se o Brasil estivesse atravessando um regime democrático, o presidente não seria Michel Temer, que só foi galgado a ocupar o posto que ocupa para colocar o projeto que está fazendo o país recuar pelo menos 50 anos e de agrado do capital financeiro, por sinal representado por Henrique Meirelles, que segue, apesar dele não mais ocupar o Ministério da Fazenda.
Apesar de tudo isso, Meirelles continua tentando justificar o recuo que o Brasil atravessa com uma linguagem enganadora, que se for mesmo candidato do MDB à presidência será julgado pelos eleitores. E pode-se, desde já, imaginar o resultado, que as pesquisas atuais adiantam.
Edição: Brasil de Fato RJ