HISTÓRIA

Aniversário de 73 anos de vitória soviética sobre nazistas é celebrado na Rússia

A Parada da Vitória aconteceu nesta quarta-feira (9) para lembrar dos 25 milhões de soviéticos mortos em batalha

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Mulher segura cartaz que traz foto de um herói de guerra na Praça Vermelha, em Moscou
Mulher segura cartaz que traz foto de um herói de guerra na Praça Vermelha, em Moscou - Sputnik

Nesta quarta-feira (9), aconteceram em Moscou, assim como em diversas cidades russas, as comemorações do 73º aniversário da vitória soviética sobre os nazistas. A celebração é conhecida como Parada da Vitória. O presidente russo, Vladmir Putin, aproveitou a ocasião para discursar sobre a importância de lembrar da história como ela é.

"Mais de 25 milhões de mortes, inúmeras famílias divididas, lágrimas derramadas, muita fome e muito sacrifício. É isso que significa a guerra para o povo russo. Este grande dia o faz voltar a agradecer a seus antepassados pela sua façanha e 'céu limpo em cima da cabeça', e continua sendo uma lembrança de como a paz é frágil" conta a jornalista russa Ekaterina Nenakhova em artigo para a agência Sputnik. 

Tradicionalmente, a Praça Vermelha recebe grande desfile envolvendo mais de 55.000 pessoas e 1.200 unidades de equipamentos militares. Este ato é adicionado a outras festividades que acontecem em dezenas de cidades russas durante este dia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Rússia comunista mobilizou todo o seu povo contra as forças nazistas que avançavam no continente. Homens e mulheres combateram com armas e também na retaguarda. Em 1945, com a Batalha de Berlim, resultado de uma maciça ofensiva soviética contra as forças alemãs nazistas, os soviéticos finalmente hastearam sua bandeira na capital alemã, pondo fim a Segunda Guerra. A Parada da Vitória comemora justamente esse acontecimento.
 
"A Parada da Vitória, ao contrário daquilo que algumas pessoas alheias à sua história podem achar, não é um evento meramente bélico, destinado a demonstrar os armamentos mais novos" continua Nenakhova, "é muito mais que isso, sendo uma espécie de recreação daquele distante mês de maio, em que os soldados do Exército Vermelho hastearam a Bandeira da Vitória em cima do Reichstag, então encarnação do repelente regime fascista que por pouco acabou por não exterminar a metade do continente europeu". 

 

Garota leva flores para homenagear heróis da guerra. (Foto: Agência Sputnik/Portal Vermelho/Reprodução)

"De fato, o objetivo principal da parada é celebrar a proeza dos heróis soviéticos. Ao mesmo tempo, o desfile também faz questão de mostrar que a Rússia, ensinada pelos horrores de guerra, ocupa-se de garantir seu poderio militar em caso de qualquer ataque inimigo. Para um país que perdeu mais de 25 milhões em guerra, isso não é uma 'bajulação' ou 'blefe' para assustar alguém. Isso é a única maneira de viver sem que o horror de guerra nunca se repita" conclui a jornalista, provavelmente referindo-se aos recentes anúncios de Vladmir Putin sobre os novos armamentos russos. 

O presidente da Rússia, inclusive, discursou antes da parada militar nessa quarta-feira (9). "Nosso dever é preservar a memória da coragem dos soldados que lutaram contra o nazismo", disse o líder russo.

"Hoje tentaram apagar o feito do povo que salvou a Europa e o mundo da escravidão, do extermínio, dos horrores do Holocausto, e tentaram distorcer os acontecimentos da guerra, confinar ao esquecimento a autenticidade dos heróis, forjar, reescrever e distorcer a história. Nunca permitiremos que isso aconteça", declarou Putin.


Soldados marcham em celebração na capital russa. (Foto: Agência Sputnik/Portal Vermelho/Reprodução)

"Estão tentando apagar o feito do povo soviético, que salvou o mundo da escravidão e extermínio, e distorcer a história. Nós não permitiremos."
O presidente russo afirmou que, por trás das novas ameaças no mundo contemporâneo, os antigos padrões de guerras anteriores podem ser observados.

Segundo ele, "as tragédias das duas guerras mundiais […] não nos permite ignorar". "Por trás das novas ameaças podem ser vistos horríveis padrões antigos, o egoísmo e a intolerância, o nacionalismo agressivo, as pretensões à exclusividade; entendemos a gravidade destas ameaças", afirmou o presidente.

"Uma guerra é um desafio para a vida de alguém […] A paz é muito frágil", enfatizou Putin.

"A Rússia está aberta ao diálogo sobre todas as questões de segurança global, está disposta a uma associação construtiva e igualitária em nome da harmonia, paz e progresso do planeta", ressaltou.

Do Portal Vermelho, com informações e fotos da Agência Sputnik

Edição: Portal Vermelho