Coluna

Vereadora do Rio tenta impor censura a quem se opõe a ações extremistas de Israel

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Nestes dias, 74 palestinos, que protestavam na fronteira entre Israel e Faixa de Gaza, foram mortos pela repressão militar israelense
Nestes dias, 74 palestinos, que protestavam na fronteira entre Israel e Faixa de Gaza, foram mortos pela repressão militar israelense - Divulgação
Se pode ignorar o que vem sendo feito pelos extremistas de Israel?

Um fato que está acontecendo no Rio de Janeiro merece toda a atenção, sobretudo dos que protestam contra atrocidades que ocorrem em várias partes deste planeta. Neste caso vale a referência de uma ação judicial que está sendo movida pela vereadora carioca Teresa Bergher (PSDB) contra o jornalista Milton Temer. Motivo: Milton critica, muito justamente, por sinal, o que vem cometendo Netanyahu no comando do governo israelense contra os palestinos. Ou será que se pode ignorar o que vem sendo feito pelos extremistas de Israel, inclusive a posse, estimulada pelo governo, de territórios pertencentes aos palestinos?

E em várias partes do mundo, extremistas que acompanham e aplaudem Netanyahu criticam, de forma absurda, como faz Teresa Bergher contra Milton Temer, os que se opõem a essa política considerada por analistas independentes como genocida. E com um agravante: os que criticam as atrocidades são tachados de anti-semitas. E no caso não são poupados dessa pecha nem os que são de origem semita, sejam árabes ou mesmo judeus.

É preciso mencionar que nestes dias, 74 palestinos, que protestavam na fronteira entre Israel e Faixa de Gaza, contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém, foram mortos pela repressão militar ordenada por Netanyahu. Segundo informam agências internacionais e o jornal israelense Haaretz, ficaram feridos 2.410 manifestantes, sendo 74 menores, 23 mulheres e oito jornalistas. E, antes, vários manifestantes foram mortos pelo Exército de Israel em protestos na mesma fronteira da  Faixa de Gaza. Teresa Bergher, no caso, quer calar quem protesta contra essa violência, também denunciada por grupos israelenses como Paz Agora, entre outros.

Como a vereadora se elege com votos de um setor da colônia judaica do Rio de Janeiro que se insurge contra qualquer tipo de crítica que se faça ao governo extremista de Netanyahu, ela precisa demonstrar serviço. O que fez a vereadora Teresa Bergher quando o deputado Jair Bolsonaro, apoiador também do extremismo israelense, além da ditadura empresarial militar, proferiu palestra no clube Hebraica, ofendendo os negros e os índios? Pelo que se sabe, absolutamente nada, o que na prática significa compactuar com o racismo de Bolsonaro, convidado pela direção do clube Hebraica, uma afronta às vítimas do Holocausto.

Todos esses fatos devem ser lembrados, para se conhecer melhor o que está fazendo Teresa Bergher, que ao entrar na Justiça contra Milton Temer, na prática tenta censurar quem se opõe ao seu ponto de vista de defesa do extremismo do governo israelense. Na verdade, seja Milton Temer ou quem quer que seja, deve expor suas ideias sem nenhum tipo de censura. E quem censura deve ser  condenado por essa prática rotineira nos 21 anos de ditadura vigente no  Brasil.  A vereadora Bergher não pode deixar de ser denunciada por censura no caso Milton Temer. Daí, toda a solidariedade a quem denuncia as atrocidades do extremista Benyahmin Netanyahu e seus seguidores pelo mundo, seja quem for.

Edição: Jaqueline Deister