Os assinantes do Clube do Livro da Editora Expressão Popular recebem, até o dia 26 de maio, o livro Rosa Luxemburgo e o Protagonismo das Lutas de Massa, uma seleção de textos que reúne ensaios presentes em duas publicações anteriores: Rosa Luxemburgo, Vida e Obra, de 1999, e Textos Escolhidos, de 2009, ambas organizadas pela professora Isabel Loureiro e publicados pela Editora Expressão Popular.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Isabel Loureiro explica que a nossa coleção enfatiza a defesa da criatividade popular, da espontaneidade das massas e da prática política como ponto central para a construção da emancipação pensada por Luxemburgo. "A ideia central do pensamento político da Rosa é que a ação é primordial, é básica, e que as massas populares se conscientizam na ação", pondera.
No entanto, para Rosa, somente as massas autônomas e politicamente conscientes de seu papel histórico poderiam protagonizar processos transformadores. "Ela foi professora na escola do partido social-democrata alemão, na escola de quadros do partido. Então, ela considerava que o trabalho intelectual era fundamental, essa formação de lideranças era fundamental", explica.
Loureiro relembra que, para as mulheres da época, Rosa era um símbolo de oposição a uma sociedade patriarcal e machista, mesmo dentro da social-democracia. A militante, porém não sabia disso. "A Rosa não tinha consciência de como ela era importante para as mulheres de Berlim. E acontece algo curioso, ela está presa em determinado momento e quando ela é solta aparecem mais ou menos mil mulheres na frente da prisão para recebê-la, cheias de flores e presentes", conta.
Luxemburgo acreditava que as massas devem adquirir consciência por conta própria, algo aplicado também para as mulheres. "As mulheres só podem adquirir consciência por conta própria, só podem se libertar por sua conta, se emancipar por sua conta, não podem ser emancipadas pelos outros. Liberdade é sempre a liberdade conquistada por nós mesmos, a liberdade outorgada não é verdadeiramente liberdade, então essa á uma ideia central na Rosa".
Clube do livro
Miguel Yoshida, da editora Expressão Popular, explica que a proposta do Clube do Livro é justamente ajudar na formação política de quem hoje está na luta. Já foram cerca de 11 publicações distribuídas aos assinantes do clube, que podem escolher diferentes. O primeiro foi O Significado do Protesto Negro, de Florestan Fernandes, livro feito a partir de diálogos com o movimento negro brasileiro.
"O conselho editorial seleciona esses livros como os fundamentais para a militância popular compreender a conjuntura que estamos vivendo. Esse mês é esse livro da Rosa Luxemburgo, e todos os meses temos um título de destaque que damos nessa perspectiva de formação teórica da militância", diz.
Para fazer parte do Clube do Livro, basta entrar no site da editora Expressão Popular. O endereço é: https://expressaopopular.com.br/clubedolivro
Edição: Diego Sartorato