Conflito

Jagunços armados tentam invadir acampamento no interior de São Paulo 

Dirigente do MST afirma que a situação ocorre pela ineficiência do Judiciário em resolver a situação do assentamento 

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Acampamento do MST
Acampamento do MST - Natasha Mota

Moradores do Acampamento 8 de Março, do município de Riversul, em São Paulo, são ameaçados por posseiros e jagunços, que, armados, tentam entrar no local. 
As intimidações começaram há três dias, no entanto, neste domingo (27), se intensificaram. Na tentativa de expulsar as famílias, os agressores chegaram a tocar o gado em direção ao acampamento. 
“Um grupo de pessoas tentou forçar a passagem por dentro do acampamento. Com a chegada da Polícia Militar fizemos um Boletim de Ocorrência e eles recuaram”, conta Adalberto de Oliveira, integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 
As famílias lutam há mais de 10 anos para serem assentadas na Fazenda Can Can. A área que pertencia à Universidade de São Paulo (USP) e foi repassada ao governo de São Paulo para a realização do assentamento. 
“Esse clima de tensão é gerado pela ineficiência do Judiciário em resolver essa situação. Existe um decreto desde 2009 que destina a área para a reforma agrária. Mas, desde então, algumas pessoas têm ocupado irregularmente e comercializado partes dela”, explica o dirigente do MST.
Enquanto o processo se arrasta na Justiça, as famílias seguem ameaçadas pelos posseiros e fazendeiros que utilizam a área irregularmente. 
 

Edição: Katarine Flor