Ciro Gomes (PDT), Manuela D’ávilla (PCdoB), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) foram alguns dos presidenciáveis que se manifestaram recentemente sobre a paralisação dos caminhoneiros e as consequências da negociação feita pelo presidente golpista Michel Temer.
O ex-presidente Lula divulgou no seu perfil oficial do Facebook notas lançadas tanto pelos movimentos populares quanto pelo Partido dos Trabalhadores, que oficializa hoje o nome de Lula como pre-candidato. O post destaca trecho da nota petista que culpa a política econômica de Temer pela crise atual. “É por isso que o Brasil está com a segunda gasolina mais cara do mundo. É por isso que a população mais pobre não consegue mais comprar botijões de gás. É por tal razão que a economia brasileira está paralisando. É por isso que o Brasil está importando cada vez mais combustíveis de grandes petroleiras norte-americanas”, traz a nota.
Também por meio das redes sociais, o presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que “os grandes responsáveis pela crise de abastecimento são Pedro Parente e Temer”. Ele cita o presidente da Petrobrás ao afirmar que a política de preços fortaleceu o mercado exterior e “esvazio as bombas de gasolina no Brasil”. Usando a hastag #aculpaédopedroparente Boulos ainda questionou publicamente a legitimidade de Parente para o cargo já que ele também é presidente do conselho da BRFoods, que controla gigantes como Sadia e Perdigão. Outro ponto destacado pelo líder do MTST é incapacidade de Temer em lidar com a situação sendo escancarada com o pedido de intervenção militar.
Ciro Gomes, do PDT também considera a política da Petrobras “equivocada” e ressalta que toda a “eficiência da Petrobras” deve servir ao interesse público brasileiro”.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin defendeu a permanência de Patente no cargo, mas criticou o modo como as negociações foram conduzidas por Temer. Sem citar a intervenção militar liberada por Temer, Alckmin pontou que “ faltou diálogo”, segundo matéria da Folha de São Paulo desta sexta-feira. Vale lembrar que Fernando Henrique Cardoso, do mesmo PSDB, só conseguiu dobrar o movimento dos caminhoneiros em greve parecida em 1999 quando ameaçou chamar as forças armadas.
Se Alckmin cala sobre a permanência de Patente, Manuela D’ávila do PCdoB é categórica a afirmar que o presidente da Petrobrás precisa ser afastado. Em sua página do Facebook, ela afirmou que a “equipe econômica dos sonhos” está levando o Brasil a um “pesadelo de graves consequências sociais”. Ela afirmou ainda que o problema não são os grevistas e sim a política “irresponsável” de reajuste automático dos preços.
Henrique Meirelles, do MDB, foi o único a relativizar o peso das decisões do governo ilegítimo de Temer. Ele afirmou que “A crise que nós brasileiros enfrentamos hoje é fruto de escolhas erradas que foram feitas no passado por muitos anos.” E por fim defendeu as reformas da previdência e a da tributação como solução para reduzir os gastos do governo.
De outro pólo do pensamento de direita, Jair Bolsonaro forja um discurso baseado na soberania do povo. “O povo tem que mostrar que o patrão são vocês e não os políticos. Desse movimento pode surgir um novo Brasil”, comentou em sua conta no Twitter. Além disso, ele compartilhou um vídeo onde se vê um militar sem identificação sendo entrevistado por um jovem. Em determinado momento o militar afirma que “entre um governo corrupto e o povo, estamos com o povo”. A mensagem de Bolsonaro ajuda a criar um clima de desconfiança já que essa forças armadas que estaria com o povo é a mesma convocada por Temer para encerrar os bloqueios nas rodovias.
Por fim, também em sabatina promovida pela Folha de São Paulo, Marina Silva da Rede de Sustentabilidade afirmou que Temer “usa as Forças Armadas para esconder as suas incompetências”. Ela afirma ainda que a Petrobras passa por momento de fragilizada e que o acordo proposto pelo governo dá uma sinalização ruim para o mercado já que parece agir em constante pressão politica.
Na tarde deste sábado, dia 26 de maio, o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, apelou aos caminhoneiros para que voltem às atividades. Em entrevista coletiva, ele informou que a Polícia Federal (PF) pediu a prisão de empresários suspeitos de incitar o movimento de paralisação, fato chamado "locaute", e avisou que haverá a aplicação de multa de R$ 100 mil para aqueles que se recusarem a cumprir o acordo. O pedido para que os caminhoneiros voltem ao trabalho foi feito após reunião, no Palácio do Planalto, para monitorar a situação nas estradas ainda ocupadas.
Edição: Juca Guimarães