Cloviomar Cararine, técnico do Dieese e assessor da FUP reponde a questão do quadro
O principal motivo da greve dos caminhoneiros, inciada no dia 21 de maio, é a alta do preço do diesel. Depois de negarem duas propostas feitas pelo governo golpista de Michel Temer, por entenderem que o que foi oferecido não atua na causa do problema, que é a política de preços da Petrobrás, os caminhoneiros continuam a paralisação.
A greve afetou o abastecimento de combustíveis dos principais aeroportos do país, a circulação de carros comuns, de vans escolares e de parte do transporte público em diversas cidades, além de provocar o aumento dos preços e a falta de fornecimento de alguns alimentos nos supermercados.
Nesta quarta-feira (30), a greve entra no 10º dia, com o início da normalização do abastecimento de combustíveis e a distribuição de alimentos em supermercados.
Miraci Eliocina da Silva, 60, auxiliar de limpeza quer saber sobre o aumento do preço da gasolina e quando a situação voltará ao normal.
"Meu nome é Miraci Eliocina da Silva, tenho 60 anos, queria saber sobre o preço da gasolina, por que aumentou tanto? Quando é que vai voltar ao normal? Os ônibus que eu pego para trabalhar estão muito cheios."
"Olá, Dona Miraci, aqui é Cloviomar Cararine, eu sou técnico do Dieese e assessoro a FUP (Federação Única dos Petroleiros). A primeira pergunta da senhora é: "por que aumentou tanto o preço da gasolina nestes dias?". Para responder isso, a gente precisa entender primeiro a mudança que a gestão da Petrobras fez ao acompanhar os preços internacionais da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Toda vez que o preço destes produtos sobem internacionalmente, sobe aqui no Brasil também, e como o preço do barril do petróleo subiu nos últimos meses lá fora, a Petrobras acabou aumentando e repassando os preços, aumentando muito os preços aqui no Brasil, também neste período.
Bem, e daqui pra frente? Aí vai depender: ou a Petrobras muda sua política de preços, levando em consideração outros elementos, não só o preço lá de fora. Caso ela mantenha essa política de preços, o que vai acontecer é que toda vez que o preço lá fora subir, sobe aqui dentro também."
Edição: Guilherme Henrique