Com o lema “Contra o veto, o ajuste e por pão e trabalho”, a Marcha Federal dos movimentos sociais chegou nesta sexta-feira (1) à Buenos Aires, capital argentina. Suas 5 colunas, que saíram das 5 províncias do país portenho, se encontraram na Plaza de Mayo, em frente ao prédio da presidência.
O protesto, que atravessou todos os estados do país com suas caravanas, exige a instalação de uma agenda política chamada “Agenda Social” - conjunto de reivindicações de trabalhadores da economia popular. Contudo, o veto da Lei de Emergência Tarifária se tornou a principal bandeira do movimento.
O veto foi uma medida do presidente Mauricio Macri para revogar o projeto de lei aprovado no Senado Federal que congelava as tarifas de luz, gás e transporte. Com isso, os organizadores resolveram mudar a pauta principal e o local da concentração final, colocando-se contra o “tarifaço” que irá penalizar os mais pobres.
“Vínhamos pelas cinco leis, mas essa situação política nos excedeu”, disse Esteban Castro, dirigente da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP). Daniel Menéndez, da Barros de Pé, completou dizendo que o presidente Macri “desconhece os males que afetam nossa sociedade e dá as costas às decisões que o povo toma através de seus representantes no Congresso”.
“De La Quiaca até Buenos Aires, encontramos uma enorme preocupação das organizações populares com o achatamento dos salários e a perda de direitos trabalhistas. Os ingressos dos trabalhadores da economia popular caíram muito. O salário social complementar não é o bastante para comprar metade dos alimentos que se comprava em 2016. Há situações de fome, enormes dificuldades, que tem a ver com os direitos dos trabalhadores e com a alimentação dos mais pobres”, afirmou Castro.
Cinco leis
A mobilização começou na última segunda-feira (28/5), saindo de La Quiaca, La Rioja, Posadas, Bariloche e Ushuaia. Ao chegaram na capital, dirigentes confirmaram paralização geral nacional em junho. Confira quais são os cinco projetos de lei defendidos pela Marcha Federal Pão e Trabalho:
- Infraestrutura Social: garante que 25% do orçamento de obras públicas seja destinado a projetos realizados por cooperativas.
- Integração Urbana: Após o censo de 4100 bairros populares, realizado por movimentos sociais em conjunto com o Ministério de Desenvolvimento Social, as organizações reivindicam fundos para urbanização de bairros.
- Emergência alimentar: Propõe um levantamento nacional para detectar crianças e adolescentes em situação de mal-nutrição ou risco.
- Agricultura Familiar: Cria um fundo fiduciário público com uma linha de créditos para adquirir terras.
- Lei de adições: prevê campanhas de atenção especializada a jovens em situação de risco.
Edição: Adaptado por Pedro Ribeiro Nogueira