artigo

Opinião: As crises de Parente e a greve dos petroleiros

Ações de Parente frente à Petrobrás, no governo Temer, foram catastróficas.

Curitiba (PR) |
Petroleiros querem que a Petrobrás volte a produzir com força total e retome sua função econômica e social
Petroleiros querem que a Petrobrás volte a produzir com força total e retome sua função econômica e social - FUP

O modelo de preços dos combustíveis adotado pela Petrobrás castiga o povo brasileiro. Desde julho de 2017, a Petrobrás alterou mais de 230 vezes os preços nas refinarias, com aumentos de mais de 50% na gasolina e diesel, enquanto os preços do GLP subiram 60%.

Essa fórmula de reajustes quase diários segue a cotação do dólar e do petróleo no mercado internacional. Foi projetada e colocada em prática por Pedro Parente, um velho inimigo do povo, mas grande aliado do mercado financeiro internacional. Seu nome é sinônimo de crise profunda. Na época da superinflação do governo Sarney, foi secretário-geral adjunto do Ministério da Fazenda. Quando Collor confiscou a poupança, era secretário de planejamento do Ministério da Economia. Nos tempos de apagão do governo FHC, era ministro de Minas e Energia.

É de imaginar que um nome tão ligado ao fracasso iria falhar novamente, desta vez na área dos combustíveis. As ações de Parente frente à Petrobrás, no governo Temer, foram catastróficas. Abriu mão de imensas reservas na área do Pré-Sal, vendeu o que pôde na Petrobrás, reduziu a capacidade de produção das refinarias para favorecer as importações e avacalhou com o preço dos combustíveis.  

O conjunto da obra não poderia ser outro, uma nova crise, iniciada com a greve dos caminhoneiros. Parente resistiu, mas a greve dos petroleiros tirou a blindagem do governo sobre seu nome e teve que abandonar a presidência da Petrobrás.  

Sua queda não significa o fim da luta dos petroleiros. A categoria quer que a Petrobrás volte a produzir com força total e retome sua função econômica e social. Os petroleiros entrarão em greve novamente, pois caiu o Parente, mas a política de preços e o desmonte da Petrobrás permanecem. 

*Anacélie Azevedo é petroleira, dirigente do Sindipetro PR/SC e Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-PR.

Edição: Laís Melo