Uma caminhada uniu a 17ª Jornada de Agroecologia à Vigília Lula Livre, na noite desta sexta-feira (8) em Curitiba. Seis mil pessoas percorreram, em duas horas, cerca de 9 quilômetros das ruas da Capital da Resistência.
O fim da Marcha ocorreu na Praça Olga Benario, na vizinhança da Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso desde 7 de abril. Um ato político com representantes de 30 países antecedeu o tradicional boa noite a Lula, que dessa vez aconteceu em cinco idiomas: inglês, francês, italiano, espanhol, árabe e hindu, além do português.
O ato político teve a participação do teólogo Leonardo Boff, que tem visitado a Vigília com frequência e abriu a Jornada de Agroecologia na quarta-feira (6), no Teatro Guaíra. Antes da saudação a Lula, ele falou com exclusividade ao Brasil de Fato. "Causa admiração ao Brasil e ao mundo a fidelidade desse povo que não abandona seu líder, prisioneiro político", disse.
Boff afirmou que Lula é o único que pode tirar o Brasil dessa crise: "só ele pode colocar o país novamente na democracia, na inclusão a partir dos pobres, e fazer que esse Brasil volte a ser uma nação grande, generosa, fraterna, e não carregada de ódio, excludente como está sendo agora."
Para o religioso, a resistência da Vigília e a Agroecologia são duas grandes forças que se encontraram nesta sexta-feira. "É a força daqueles que estão no campo e daqueles que de várias partes do país vém aqui mostrar apoio e dizer: não desistiremos, queremos Lula livre", afirmou.
O senador Roberto Requião (MDB) também participou do ato na praça Olga Benario. "É importante que o Lula e o Brasil saibam que existe no coração de nosso povo, e de outros povos que se reúnem nessa noite aqui, um sentimento forte de fraternidade. A esquerda está reunida aqui e a esquerda significa o amor e a fraternidade, enquanto a direita é o egoísmo e o individualismo", discursou.
Requião concluiu citando o poeta Thiago de Mello: "Faz escuro, mas nós cantamos, porque o amanhã vai chegar... e o Lula vai sair dessa prisão e conosco vai lutar pela recuperação do Brasil e dos direitos tirados dos trabalhadores e pelo restabelecimento da soberania nacional."
Edição: Diego Sartorato