O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu as visitas de Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade de São Paulo e coordenador de sua pré-campanha à Presidência da República, e Gleisi Hoffman, presidenta do PT, nesta quinta-feira (28).
Segundo Haddad, Lula segue com ânimo e disposição para debater temas nacionais e também internacionais. O ex-presidente se mostrou indignado com a situação dos filhos de brasileiros em situação clandestina nos EUA, e exigiu de Haddad que sua posição sobre o assunto fosse tornada pública.
“Ele demonstrou preocupação inclusive com o fato de que aquele que está no exercício da Presidência da República reclamava que não se encontrava com o vice-presidente americano, e, quando o fez, acabou tomando um pito pelo descaso do governo brasileiro quanto à situação crítica de crianças brasileiras separadas de seus pais”, afirmou.
Lula falou ainda sobre as manobras jurídicas que têm sido feitas para impedir que ele possa responder às acusações contra si em liberdade. Lembrando a liminar pela soltura do ex-ministro José Dirceu, Lula comentou que falta isonomia no julgamento dos requerimentos de sua defesa.
“Tem havido aí decisões importantes, reconhecendo equívocos por parte das instâncias inferiores mas, no caso de Lula, esse tratamento não está sendo isonômico, ou seja, não está tendo o mesmo tratamento dos demais”, afirmou Haddad.
Eleições
Na conversa com Haddad, Lula reiterou ainda sua disposição de disputar as eleições deste ano, sobretudo levando em conta sua liderança contínua nas pesquisas de intenção de voto.
“Uma delas, divulgada hoje, dá uma enorme vantagem [a Lula] em relação ao segundo colocado e quase um empate técnico dele com a soma de todos os votos concedidos aos demais concorrentes”, disse Haddad.
Para o coordenador da campanha petista, isso significa que a população brasileira reconhece em Lula a pessoa preparada para tirar o país das crises econômica, política e social.
“O povo está dizendo em todas as consultas que lhe são feitas que gostaria de votar no presidente Lula. Alguns gostariam de votar em outro candidato, mas gostariam de ver o seu direito reconhecido de disputar a eleição. Nós estamos falando de mais de 50% da população brasileira. Então, se nós não compreendermos o chamamento que o povo está fazendo às instituições, nós vamos recrudescer a crise. A solução em outubro passa pelo reconhecimento do direito do presidente Lula de concorrer às eleições e deixar o povo julgar com base nesses três anos de discussão pública sobre a sua condição”, declarou Haddad.
Gleisi complementou: “Lula é candidato, continua candidato e acha que a manobra que aconteceu no Supremo Tribunal Federal de não deixarem a 2ª Turma analisar o caso dele, acontece exatamente para proibi-lo ou tentar impedi-lo de ser candidato. Nós, como partido político do presidente, não aceitamos isso. Estamos reafirmando que Lula é nosso candidato e dia 15 [de agosto] será inscrito como candidato do Partido dos Trabalhadores”.
Edição: Diego Sartorato