Perseguição

Alexandre Moraes mantém julgamento de Lula no plenário do STF

Defesa do ex-presidente havia solicitado que pedido de liberdade fosse avaliado pela 2ª Turma da Corte

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O ministro Alexandre de Moraes, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça do governo de Michel Temer (MDB)
O ministro Alexandre de Moraes, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça do governo de Michel Temer (MDB) - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recusou, na noite desta sexta-feira (29), o requerimento da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a decisão sobre sua liberdade fosse enviada à 2ª Turma da Corte. Os advogados requeriam ainda que Lula pudesse aguardar o julgamento desse pedido em liberdade -- Moraes também recusou esse recurso.

Moraes arquivou o recurso no qual a defesa de Lula alegava que o princípio do juiz natural foi quebrado quando Edson Fachin, relator do processo contra o ex-presidente, retirou o caso da 2ª Turma -- colegiado reduzido que analisa matérias que não incidem sobre a interpretação constitucional, como é o caso do julgamento de Lula.

Para o ministro, porém, não houve irregularidade no fato do caso ter sido remetido para o plenário.

"Inexistiu qualquer violação ao princípio do juiz natural, pois a competência constitucional é desta Suprema Corte, que tanto atua por meio de decisões individuais de seus membros, como por atos colegiados de suas Turmas ou de seu órgão máximo, o Plenário", escreveu Moraes na decisão. Leia a íntegra do despacho, divulgado pelo site Poder360.

O relator da reclamação constitucional -- tipo de recurso utilizado para preservar ou garantir a autoridade das decisões do Supremo -- ainda a definiu como duvidosa. Moraes não analisou especificamente o pedido de liberdade de Lula, mas negou a análise do recurso de forma integral.

Histórico

O julgamento que decidirá a liberdade de Lula ocorreria na última terça-feira (26), mas Fachin determinou a retirada do pedido da pauta da 2ª Turma sob o argumento de que o Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), que manteve a condenação proferida pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, não enviou o recurso protocolado pela defesa de Lula ao Supremo.

Os advogados do ex-presidente recorreram dessa decisão, mas Fachin decidiu levar o novo recurso ao plenário da Corte e não à 2ª Turma, o que, na visão dos advogados de Lula “usurpou, indevidamente", a competência do colegiado.

Ao apresentar a reclamação nesta quinta-feira (28), a defesa também requereu a suspensão da condenação do petista até o julgamento de mérito da reclamação, que foi arquivada por Moraes. A defesa ainda pode recorrer.

Edição: Diego Sartorato