Dezenas de observadores internacionais já estão no México para acompanhar o processo eleitoral do próximo domingo (1). Nessa sexta-feira (29), eles foram enviados a vários estados mexicanos. Depois de duas eleições com fortes denúncias de corrupção, em 2006 e 2012, o objetivo dessa vez é garantir um processo transparente e livre de fraude eleitoral.
“Queremos que aqueles que realizam a fraude sintam-se observados, vigiados pela cidadania e que isso diminua, ainda que seja um pouco, a ação fraudulenta”, afirma o professor de filosofia Geraldo de la Fuenta, da Rede Universitária e Cidadã pela Democracia, formada por um grupo de professores e pesquisadores universitários que estão organizando brigadas de observação internacional. Eles relatam que essas brigadas serão distribuídas em 25 estados. “O foco da observação será em quatro estados do centro do país, entre eles Estado do México, Puebla, Ciudad de México e Morelos. Esses são os estados que concentram boa parte dos votos do país”, destaca o professor especialista em processos eleitorais mexicanos.
O jornalista francês, Christophe Ventura, é um dos observadores internacionais que está no México. “As eleições do dia 1 de julho são determinantes para o futuro desse país. O que está em jogo é se o México pode superar o estigma de ‘democracia incompleta’, afetada por problemas estruturais como corrupção, impunidade, violência, e passar a um estado de democracia real, autêntica. Vejo existe no país a esperança de que ele pode dar um paço a frente em direção à democracia”, afirma o jornalista do jornal Le Monde Diplomatique.
O parlamentar brasileiro, Ciro Simoni, deputado estadual do Rio Grande do Sul pelo PDT, também integra a equipe de observadores. Ele conta que um grupo de autoridades de vários países mantiveram reuniões com autoridades eleitorais, representantes de partidos políticos, candidatos e entidades mexicanas. “Queremos saber quais são as queixas, preocupações, dúvidas, onde eles vêm dificuldade e onde pode ocorrer problemas nessa eleição, até mesmo que a gente saber o que vamos observar”, explica o deputado, que também presidente da União Nacional dos Legisladores Estaduais.
Ciro Simoni diz ainda que a presença de autoridades durante às eleições também servem com uma garantia durante o processo, para prevenir fraude eleitoral. “Queremos causar esse impacto, de que existem observadores internacionais para que se evite, previna fraudes. Obviamente que não vai prevenir a todas, mas obviamente que essa é a preocupação. Além disso, estamos preparando-nos para fazer um relatório. Cada um de nós [parlamentares] vai fazer um relatório que será enviado a Organização das Nações Unidas relatando nossa impressão sobre o processo”, ressalta. Além dos brasileiros, estão presentes no México parlamentares argentinos, colombianos e canadenses.
Apesar das sucessivas denúncias de fraudes eleitorais em processos anteriores, a população continua acreditando que o voto pode mudar o destino do país. A média de participação eleitoral no México é de 63%, uma das mais altas entre os países onde o voto não é obrigatório. Esse percentual está acimas dos Estado Unidos, Chile e Colômbia que atualmente é de aproximadamente 50% dos eleitores.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira