Coluna

Desrespeito a lei é um retrocesso que não pode deixar de ser investigado

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A Vigília Lula Livre reunida em frente à Polícia Federal em Curitiba pela libertação do presidente Lula
A Vigília Lula Livre reunida em frente à Polícia Federal em Curitiba pela libertação do presidente Lula - Ricardo Stuckert
Sérgio Moro precisa ser investigado com o máximo rigor

A deplorável decisão de Thompson Flores mantendo a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva é realmente um retrocesso na história brasileira e uma demonstração inequívoca que a Justiça neste país está comprometida, ou seja, não respeita decisões que contrariam a elite, que não aceita a candidatura do ex-presidente Lula. Demonstra também que  esse setor não quer ser contrariado em hipótese alguma, isto é, para os integrantes dessa faixa não é o povo que dá a última palavra. Temem, claro, o pronunciamento popular. Daí se explica objetivamente a decisão ilegal.

No passado, tentaram ou deram golpes exatamente para impedir que o país levasse adiante reformas importantes para a melhoria das condições de vida do povo, como as reformas de base da época do presidente João Goulart. Mais de 54 anos atrás colocavam em pauta o comunismo como o “perigo” para a nação.

Como hoje, com exceção de alguns poucos segmentos que ainda repetem as baboseiras da época, esse “fantasma” desapareceu do mapa político, os golpistas da edição 2016 apresentam outros “fantasmas” para iludir segmentos da classe média. Nos dias de hoje não surtiria efeito, por exemplo, as “marchas com deus”, como aconteceu nos dias que antecederam o golpe de abril de 1964.

Preferiram em 2016 usar incautos com a camisa da seleção brasileira afirmando que tudo iria melhorar com o surgimento de um novo governo. Enganaram meio mundo e só fizeram o que alguns setores do empresariado queriam, como, por exemplo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e outras espalhadas pelo Brasil. Daí a situação atual em que o Brasil se encontra.

Nestes tempos, sempre com o apoio da mídia comercial, surgiram figuras como Sérgio Moro, um juiz de primeira instância, endeusado pelo esquema Globo, que de Lisboa telefonou para seus pares na Polícia Federal ordenando que não fosse seguido o que decidiu o desembargador Rogério Favreto. A lei não foi respeitada pela Polícia Federal por ordem telefônica.

Sem dúvida, foi uma demonstração clara de que se feriu a legislação e o que aconteceu deve ser investigado com rigor. Mas para referendar a ilegalidade, políticos como João Dória, Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Marina Silva  e outros do gênero elogiaram entusiasticamente o “herói” Moro.

Neste lamentável episódio não ficam de fora espaços midiáticos como as Organizações Globo, que passaram o tempo todo ouvindo a opinião de figuras que pensavam da mesma forma que a família Marinho, ignorando quem opinasse em defesa da legalidade democrática. O esquema Globo simplesmente repete o que foi feito em outros momentos da história do Brasil, não só em abril de 1964, como em agosto de 1954, que culminou com o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, que conseguiu, apesar da Globo, adiar por dez anos o golpe empresarial militar.

Nos dias atuais seria improdutivo para os golpistas repetir a estratégia daqueles tempos para enganar os incautos. Inventaram então a patota da toga, que recebe o apoio incondicional da Globo, daí o endeusamento de Sérgio Moro, premiado entusiasticamente pelos golpistas de 2016.

Em suma, o que aconteceu no Tribunal Federal  de Porto Alegre com a decisão de Thompson Flores, Gebran Neto e ainda o telefonema do “queridinho” da Globo, Sérgio Moro, precisa ser investigado com o máximo rigor, porque se isso não for feito ficará notório que a ilegalidade prevaleceu, dando lugar ao aprofundamento do esquema golpista que substitui  o pessoal militar de 1964. O Brasil, depois de tudo que aconteceu nos 21 anos de ditadura não pode repetir como farsa o que aconteceu, mesmo com outra cara.

O país atravessa um momento de retrocesso sob o comando do presidente golpista Michel Temer, em fim de linha, e que hoje é uma figura repelida pela população,  mas conta com o apoio da base aliada no Congresso.

O certo seria com eleições limpas mandar os defensores do governo para o lugar que merecem e não mais ter poder para atender a benefícios pessoais e fazer o país andar para trás. Ou será que depois de dois anos ainda há quem duvide disso?

Mas os que cometem ilegalidades e integram os quadros partidários, como PSDB e outros, são contemplados em todas as instâncias e poupados pelos integrantes da Justiça que não respeitam a lei.

E isso para não mencionar a entrega, de mão beijada, das riquezas nacionais para empresas multinacionais pelo esquema PMDB/PSDB, ainda sob o comando do fim de linha Michel Temer.

Espera-se também que os representantes do povo a serem eleitos daqui três meses, mais precisamente em 7 de outubro próximo, decidam que brasileiras e brasileiros sejam consultados sobre todas as medidas decretadas pelo lesa pátria Michel Temer e sua patota governamental.

Acontecendo isso, o Brasil retomará o caminho da democracia na verdadeira acepção da palavra. E se isso não prevalecer, o Brasil seguirá andando para trás, como nestes mais de dois anos.

Edição: Jaqueline Deister