Lu Castro, jornalista especializada em futebol feminino reponde a questão do quadro Fala Aí
No mundo inteiro o Brasil é conhecido como o país do futebol, mas isso só é realidade em relação aos times masculinos. A Seleção Brasileira de Futebol Feminino ganhou sete vezes o Campeonato Sul-Americano de Futebol Feminino. A jogadora Marta fez mais gols do que Pelé e é a maior artilheira da Seleção Brasileira.
A próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino acontecerá ano que vem na França e a seleção brasileira competirá novamente.
Amanda, 24 anos, quer saber por que damos tão pouca importância para a Copa do Mundo de Futebol feminino.
"Oi, meu nome é Amanda, eu tenho 24 anos e eu gostaria de saber por que a Copa do Mundo de Futebol masculino e tão abordada e o campeonato feminino mal é comentado?"
A reportagem do Brasil de Fato convidou Lu Castro, jornalista especializada em futebol feminino, para responder:
"Olá Amanda, obrigada pela pergunta, meu nome é Lu Castro eu sou jornalista, com alguma especialidade em futebol feminino e produtora de cultura futebolística. Respondendo a sua pergunta, a Copa feminina é pouco abordada porque a gente tem uma série de fatores que ajudam e ajudaram, ainda ajudam a invisibilizar o futebol das mulheres, aqui principalmente. A gente teve décadas de proibição, a gente só conseguiu ter uma competição oficial, organizada pela CBF em 1983, praticamente quatro anos depois de liberado o futebol feminino. Em 1988 a gente teve o torneio experimental da FIFA na China, organizado pela própria FIFA, esse ano completam-se 30 anos desse torneio, e a gente tem poucos registros dessa competição, então isso ajuda a invisibilizar. Esse torneio foi experimental e ele ajudou a construir, vamos dizer assim, a Copa do mundo feminina que aconteceu na China, primeira edição em 1991. Junto com isso a gente tem um grande desinteresse dos grandes veículos para fazer a transmissão, a gente tem algumas exibições de jogos, a gente tinha as transmissões do brasileirão, agora a gente já não tem mais e isso ajuda a invisibilizar, a gente não tomar conhecimento, então as pessoas não sabem, é pouco divulgado, a gente tenta fazer a divulgação, mas a gente ainda tem uma cultura muito arraigada. É isso, obrigada, um grande abraço".
Edição: Júlia Rohden