Nesta quarta-feira (18), depois de definir em assembleia, os atingidos pela usina hidrelétrica Baixo Iguaçu se mobilizam próximos à usina de Salto Caxias para denunciar as violações de direitos e descaso das empresas Neoenergia e Copel com a população local. A UHE Baixo Iguaçu está localizada na região sudoeste do Paraná, no Rio Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques. A área de seu reservatório também abrangerá os municípios de Planalto, Realeza e Nova Prata do Iguaçu.
Conforme afirma assessoria de comunicação do Movimentos dos atingidos por Barragem (MAB), já foram realizadas várias denúncias aos órgãos responsáveis pelo processo, como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), mas que retornam com ações que não estão resolvendo a situação.
Os atingidos exigem que seja garantido o direito ao Reassentamento Rural Coletivo; que as Áreas de Preservação Permanente e remanso sejam tratadas segundo consta no Plano Básico Ambiental-PBA e Termo de Acordo; que sejam retomadas as reavaliações dos casos que se encontram com direito negado; que haja a imediata retomada das negociações; e que o IAP não conceda a renovação das licenças ambientais até que a Neoenergia e Copel cumpram com as condicionantes básicas socioambientais.
O prazo para o enchimento do lago está previsto para final de 2018, no entanto, aproximadamente mais de 200 famílias ainda não possuem seus direitos garantidos. A usina Baixo Iguaçu, com investimento público de R$ 1,6 bilhões e com previsão de faturamento de aproximadamente R$ 400 milhões por ano, segue seu cronograma, violando as condicionantes ambientais e sociais.