A sociedade precisa pressionar as autoridades pelo que tem acontecido
A intervenção federal militar no Rio de Janeiro só fez aumentar os homicídios decorrentes de ações policiais. Mais do que palavras, vale apresentar os números de junho. Em relação ao ano passado, o mês de junho de 2018, segundo dados oficiais, teve um aumento de 59,8% e ainda cresceram 9,2% em comparação com o mês anterior de maio.
É preciso que o general Braga Neto, o interventor nomeado por Michel Temer como responsável pela segurança do Rio, responda uma pergunta sobre tal fato. Como de um modo geral, o militar não vem sendo cobrado por isso e outras incursões policiais em áreas pobres da cidade, tudo continuará a acontecer, sob o silêncio da mídia comercial, que de um modo aprova esse tipo de ação que mata jovens negros.
É mais do que necessário que a sociedade civil pressione as autoridades responsáveis pelo que tem acontecido, para que a violência institucional tenha fim.
Não podem mais os cariocas assistir passivamente a violência que atinge principalmente parte da população mais necessitada e que deveria ter a assistência do Estado. É uma realidade que precisa ser apresentada sem subterfúgios, porque se isso não for feito, as autoridades responsáveis pela violência continuarão agindo dessa forma e ainda por cima receberão elogios de setores que compactuam com essa forma de ação.
É necessário, portanto, que se dê um basta de uma vez por todas a esse tipo de ação policial, que não só não produz resultados, como ainda por cima agrava o quadro da segurança na cidade que o cancioneiro popular ainda considera maravilhosa.
Na verdade, esse tipo de ação faz parte do repertório de alguns setores da população, na prática estimuladores do racismo, que as autoridades reproduzem. E uma forma de agir inócua que deve ser repudiada pela população brasileira que tenha um mínimo de consciência.
Os números aqui apresentados que demonstram o crescimento da violência policial contra os pobres devem ser repudiados e servirem de fator de convencimento da necessidade de se acabar o mais rápido possível com a intervenção federal militar. Não se pode aceitar que essa prática siga até o fim de dezembro.
Está mais do que provado que as ações policiais sob o comando do general Braga Neto são inócuas e para combater a violência é preciso que a inteligência seja prioritária.
Realmente essa forma de agir não é aceita pelo governo que decretou a intervenção na área da segurança do Rio, porque os seus integrantes preferem seguir os parâmetros do senso comum, ou seja, que através da violência policial em áreas pobres se combate o crime.
Nesse sentido, certas coberturas da mídia comercial de alguma forma ajudam a fortalecer essa ideia preconceituosa que prejudica os pobres, como comprovam os fatos.
É hora, vale sempre repetir, de acabar com isso!
Edição: Jaqueline Deister