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Crianças sem terrinha criticam cortes na educação em Encontro Nacional

Mais de mil crianças do MST se reúnem em Brasília entre os dias 23 e 26 de julho

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Evento é organizado por crianças que vivem em assentamentos e acampamentos do MST
Evento é organizado por crianças que vivem em assentamentos e acampamentos do MST - MST/Divulgação

O ato político de abertura do primeiro Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, realizado em Brasília, teve como um dos principais temas a questão da educação no campo. Nesta segunda-feira (23), primeiro dia do encontro, chegaram as últimas delegações de crianças que vivem em acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Cerca de 1200 crianças, entre 8 e 12 anos, vindas dos 24 estados onde atua o MST, se reúnem em Brasília até o dia 26. No Encontro, os 400 educadores adultos apenas auxiliam as crianças, responsáveis pela condução das atividades.
No ato que abriu oficialmente o Encontro, crianças lembraram o histórico de criação do MST e os valores que regem a organização, como a luta pela terra e a solidariedade internacional entre os povos. Uma das principais preocupações do Movimento, a educação, foi a tônica do espaço. 
Sara Carvalho de Sousa, que vive e estuda em assentamento no Espírito Santo, falou pelos sem terrinha. Ela denunciou o fechamento de escolas do campo, bem como a falta de recursos para a área. Ela destacou a possibilidade de trocar experiências com sem terrinhas de outros lugares do país.
“Esse encontro é um dos espaços criados pelo Movimento para nossa formação e educação. Estou muito feliz de estar aqui e poder lutar por nossos direitos, mas também brincar e conhecer outros colegas do Brasil inteiro. E ver como somos fortes juntos. Esperamos que esse encontro acenda uma chama que nos impulsione a seguir lutando”, afirmou.
O Encontro Nacional terá dois temas principais de debate: os direitos da criança e a alimentação saudável. Sousa afirmou ainda que a luta pela reforma agrária tem raízes históricas iniciadas com a colonização do Brasil. Mesma ideia apresentada por Deborah Duprat, integrante da Procuradoria dos Direitos do Cidadão. 
“Nosso país começou já torto, errado. Começou com o homem branco, invadindo as terras indígenas, escravizando, criando o latifúndio. Tudo que se conseguiu foi lutando a luta por direitos. Hoje, vocês trazem para cá, para Brasília, uma grande lição: que lutar não é uma coisa só de adulto”, disse.
O ato de abertura contou com a presença de representantes de partidos, sindicatos, movimentos populares de outros países e diplomatas. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) destacou a importância de reunir crianças em um contexto político como o atual. 
“O encontro de vocês é muito simbólico e significativo neste momento que estamos vivendo. um momento muito difícil, em que os golpistas estão entregando nosso patrimônio e comprometendo a vida de vocês no futuro. Este encontro é simbólico porque, através da brincadeira, com sonho e luta, vocês vão mostrar para todos nós, para  o Brasil, o que vocês querem. Para que no futuro não tenha sem terra”, destacou.
O primeiro Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha acontece no Parque da Cidade Sarah Kubitschek.

Edição: Katarine Flor