Semiárido

Caravana Contra Fome: quase 12 milhões de pessoas estão na extrema pobreza

As informações são da Action Aid; Brasil saiu do mapa da fome apenas no ano de 2014

Caetés, em Pernambuco |

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 Serão três ônibus que vão cruzar o Brasil para chamar a atenção da sociedade
Serão três ônibus que vão cruzar o Brasil para chamar a atenção da sociedade - Divulgação

A Caravana Semiárido Contra Fome começa nesta sexta-feira, 27 de julho, partindo do município de Caetés, no agreste pernambucano.  A pequena cidade é conhecida por ser a terra natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na principal praça de Caetés, às 16 horas, acontece um ato político e cultural que marca o início da caravana. A expectativa dos organizadores é reunir cerca de três mil pessoas, vindas de diversas regiões do nordeste. O ato também conta com a presença do trio de mulheres “As Severinas”, e dos artistas Paulo Matricó e Jorge Filó.

De Caetés, a caravana seguirá para Feira de Santana, na Bahia. Serão três ônibus que vão cruzar o Brasil para chamar a atenção da sociedade e dos agentes públicos do Estado sobre os riscos da volta da fome e da prisão política do ex-presidente Lula.

Da Bahia, a caravana vai para Minas Gerais, na capital Belo Horizonte. Depois é a vez de Guararema, em São Paulo, até chegar em Curitiba, no próximo dia 2. Da capital paranaense, os ônibus seguem até Brasília, onde a caravana semiárido contra a fome termina com um ato em frente ao STF, o Supremo Tribunal Federal.

A caravana é uma realização de organizações sociais, redes e movimentos populares do semiárido. A denúncia sobre os riscos do Brasil voltar ao mapa da fome, do qual saiu apenas em 2014,  está relacionada ao aumento do número de brasileiros que estão em situação de extrema pobreza. Dados da Action Aid Brasil mostram que mais de 11 milhões de brasileiros já estão nesta situação.

Para Alexandre Pires, coordenador da Asa, a Articulação Semiárido Brasileiro, uma das entidades que realiza a caravana, a volta da pobreza extrema está vinculada ao retrocesso nas políticas públicas. Para ele, o corte realizado pelo governo de Michel Temer em programas como Bolsa Família, somado à alta taxa de desemprego e ao congelamento dos investimentos públicos em áreas sociais são fatores que impulsionaram o aumento da pobreza extrema no país.

Edição: Tayguara Ribeiro