De consumo variado, o açaí na sua forma natural é mais indicado para total aproveitamento dos benefícios
Fruto da palmeira, pequenininho e roxo! O açaí é originário da América e muito abundante na região Amazônica, sendo o estado do Pará o maior produtor nacional e também um dos grandes consumidores da fruta.
De acordo com a nutricionista Suenne Taynah Sato, o açaí possui propriedades nutricionais que trazem muitos benefícios para a saúde, principalmente os chamados compostos fenólicos. “São eles que conferem à fruta todas as atividades antioxidantes, antiinflamatórias e até anticarcinogênica. Os principais compostos presentes são chamados de antocianinas, que é justamente um composto que também dá a pigmentação roxa ”, diz.
Porém, as propriedades nutricionais são encontradas na forma natural da fruta, como é consumido no Pará, despolpado e com adição de água. Bem diferente do açaí doce e acompanhado de granola e leite condensado, que é encontrado nos demais estados do Brasil.
Suenne lembra que o açaí, que é comercializado fora do Pará, foi adaptado para outro tipo de paladar. "A gente consome como uma refeição ou como um acompanhamento. A gente come, por exemplo, com prato salgado, acompanhado de carne, carne seca ou peixe ", diz.
O açaí também é famoso por ser um alimento energético, porém, Suenne alerta que não é bem assim. “O açaí natural do Pará tem carboidrato, porém, é na forma de fibra alimentar. Então é um carboidrato que não fornece energia, mas é bom para a nossa saúde intestinal", conta.
A nutricionista também lembra que a fruta tem uma quantidade elevada de gordura. "Essa gordura é boa, é rica em ômega 9, se compara ao azeite de oliva”, diz . Ela indica o consumo após a atividade física para recuperação da energia, e não antes.
No Pará e em outros estados do norte do país, o consumo do açaí natural já foi associado a contaminação da doença de Chagas, por isso, Suenne orienta que a compra seja feita em um ponto comercial certificado e com o selo de qualidade. Já em relação à fruta das outras regiões, a preocupação seria outra:
“O açaí consumido em São Paulo, por exemplo, é misturado com outros ingredientes. Pode ter aditivos, conservantes e até corantes, então não tem como ter certeza se a cor roxa vem só das antocianinas”, alerta.
De acordo com a nutricionista, a fama de energético pode ter vindo dessa adição de outros ingredientes que conferem energia de forma mais rápida, como guaraná e outras frutas. Ela ainda lembra que os diabéticos devem tomar cuidado ao consumir o açaí sem ser o natural, justamente por essa grande quantidade de açúcar.
Apesar de não oferecer todos os benefícios da fruta natural do Pará, a Suenne afirma que o açaí que é comercializado nas demais regiões brasileiras, pode ser consumido sem problemas se a pessoa não tiver restrição alimentar.
Edição: Michele Carvalho