Os seis militantes que estão em greve de fome para exigir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam, nesta quarta-feira (1º), a visita e o apoio dos deputados federais Luizianne Lins (PT-CE), Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Os parlamentares visitaram o grupo numa tenda montada no final da tarde em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrigar os militantes e receber apoiadores. Na ocasião, eles destacaram a coragem dos trabalhadores e a importância do protesto.
“É uma atitude heroica essa que eles resolveram tomar. A gente considera fundamental ter esse laço com essas pessoas que estão arriscando sua própria vida pro bem de todos nós”, afirmou a deputada cearense.
Pimenta, atual líder da bancada do PT na Câmara, ressaltou a simbologia da greve, acrescentando que ela projeta ainda mais o caráter político da prisão de Lula não só dentro do país, mas também diante do cenário internacional.
“Esperamos que, com esse gesto [deles], a gente consiga provocar a consciência, a reflexão, e que as pessoas tenham claro que existem brasileiras e brasileiros dispostos a dar a própria vida em defesa da democracia e do Estado democrático de direito”, completou.
Já o deputado Paulo Teixeira reforçou a pressão sobre a presidente do STF, Cármen Lúcia, para que o Supremo julgue a Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) nº 54, que trata da garantia da presunção de inocência após condenação em segunda instância. De autoria do PCdoB, a petição foi protocolada no dia 26 de junho.
“O presidente Lula está sendo vítima de uma prisão arbitrária, injusta e persecutória por parte de segmentos do Poder Judiciário, e ela não pode ser omissa”, defendeu Teixeira.
Mais cedo, o grupo recebeu também a visita do líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Sociedade
O apoio popular também foi um dos destaques do ato realizado pelos grevistas nesta quarta. Os grevistas receberam a visita de um grupo de instrumentistas que agitou a mobilização em torno do STF e ainda de outros trabalhadores.
A professora aposentada Inês Bettoni esteve presente para prestar solidariedade aos militantes. Ela conta que se sentiu estimulada a demonstrar apoio porque se considera representada pelo grupo e defende uma maior mobilização popular em torno do protesto.
“É pra que se faça justiça. Tenho convicção de que Lula não é criminoso. Ele é inocente”, afirma.
Grevistas
A grevista Rafaela Alves, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), disse que a demonstração de apoio incentiva o grupo a seguir em frente.
“A gente não come alimento, mas conta com a energia, a mística, a esperança, conta com essa presença de outros companheiros e companheiras, então, acaba sendo um alimento pra nossa resistência”, enfatizou.
Os seis militantes iniciaram o protesto nessa terça (31), quando protocolaram no Supremo o manifesto intitulado “Greve de fome por justiça no STF”. Além de pedir a soltura do ex-presidente, eles denunciam o retorno do Brasil ao Mapa da Fome, do qual o país havia saído em 2014.
Edição: Diego Sartorato