A designação de Israel como uma democracia é um conceito que não pode ser aceito
Israel é o país citado na mídia comercial de várias partes do mundo como exemplo de democracia e até mesmo como o único regime do gênero no Oriente Médio.Cabe então uma pergunta: será?
Pois bem, é necessário que se divulgue o que aconteceu com a poetisa palestina, Dareen Tatour, de 36 anos, condenada por um tribunal de Nazaré pelo “crime” de escrever um poema em defesa do seu povo e conclamando a resistência. Público alvo: mulheres e jovens que integram o seu povo, mas as autoridades israelenses, não quiseram levar isso em conta e a condenaram pelo poema a cinco meses de prisão.
Na verdade, a condenação é uma afronta ao mundo e aos que defendem em todas as regiões do planeta os direitos humanos. A legislação israelense, vejam só, considera que a palavra escrita “incita a prática do terror” e quem escreve deve enfrentar os rigores da lei, medida que é defendida pelos integrantes do governo chefiado por Benyamin Netanyahu e seus apoiadores, entre os quais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acabou de reconhecer Jerusalém como capital única de Israel, excluindo palestinos da parte Oriental, que estava reservada para a capital de um futuro Estado Palestino.
A poetisa palestina tinha sido presa em outubro de 2015, após a publicação do seu poema, ilustrado com imagens de enfrentamentos entre jovens palestinos e o exército israelense. Para ela, a arbitrariedade cometida pela justiça israelense não a surpreendeu, pois Tatour disse que já esperava a condenação e não a justiça, ou seja,a sua libertação.
Seria importante que a poesia de Dareen Tatour fosse traduzida em vários idiomas, para que mais gente conhecesse a sua obra e com detalhes de tudo que está acontecendo neste momento e como funciona a tal “democracia” em Israel. Uma democracia, vale enfatizar, que não abrange poetas e escritores palestinos e mesmo os que almejam criar um Estado a que têm direito o povo palestino.
Dareen Tatour recebeu o apoio de mais de 150 escritores de várias partes do mundo, entre os quais os estadunidenses Noam Chomsky e Alice Walker, além da canadense Naomi Klein. Vale destacar também o apoio dos israelenses David Grossman, A. B. Yehoshua e Nir Baram. Os signatários disseram que “os palestinos devem ter seu próprio país livre, independente e soberano e também têm que ter privilégios como seres humanos. Eles desejaram aos palestinos uma vida normal e que não sejam humilhados”.
Vale assinalar ainda que não de hoje as autoridades israelenses ameaçam poetas que escrevam em favor da resistência do povo palestino, o que, por sinal, cometem uma afronta a liberdade de expressão. Por essas e outras, a designação de Israel como uma democracia é um conceito que não pode ser aceito passivamente, como fazem os grandes veículos da mídia comercial nos mais diversos quadrantes..
Edição: Jaqueline Deister