A planta secular atua na defesa natural do organismo e é indicada até em casos de febre amarela
Presente na alimentação humana há séculos, o inhame é uma planta cujo caule é mais gordinho, formando o chamado bulbo, responsável por armazenar nutrientes e todas as suas propriedades. De acordo com a farmacêutica homeopata Aurea Hokama, ele é um dos alimentos medicinais mais eficientes que se conhece e sua principal característica é a capacidade de desintoxicar e limpar o sangue. "Antes das indústrias farmacêuticas surgirem, o inhame era muito utilizado, principalmente em forma de elixir. E eles usavam até para tratamento de sífilis, porque ele tem essa propriedade de fazer as impurezas do sangue saírem através da pele, dos rins e dos intestinos", conta.
O estilo de vida nas grandes cidades, onde as pessoas consomem grande quantidade de comida industrializada e respiram um ar poluído, contribui para o acúmulo de toxinas no organismo. A especialista aponta que quando nosso sangue não está limpo, o corpo adoece e o inhame entra então, como aliado na saúde. "Ele fortalece os gânglios linfáticos, que ajudam na defesa do sistema imunológico, além de ter muitos nutrientes, carboidratos, lipídios, proteínas, cálcio, ferro, fósforo e potássio", explica.
Com o nome científico de Colocasia Esculenta, ele também é chamado de taro na região sudeste do Brasil. Aurea lembra que a planta ficou bastante conhecida por combater a febre amarela, por conta da sua propriedade desintoxicante, que facilita a eliminação do vírus pelo corpo. "O inhame é rico em zinco, componente essencial para aumentar nossas defesas naturais. Por isso, ele é recomendando para tratar doenças como a febre amarela, a dengue e a gripe H1N1", diz.
O inhame é versátil e pode ser utilizado também na preparação de pães, bolos, vitaminas, patês e massas, substituindo o uso da batata inglesa ou da cenoura, por exemplo. Ele também pode ser usada na forma de emplasto, sento muito eficaz para reduzir edemas reumáticos, justamente pela propriedade depurativa e antiinflamatória.
Mas a farmacêutica faz um alerta: "Tem algumas espécies da planta que contém alto índice de acido oxálico e tem pessoas que tem mais sensibilidade a ele. Tem gente que só de descascar o inhame já sente coceira nas mãos. Se você cozinha-lo, o acido não vai atuar, mas se você for fazer uma vitamina crua, comer como salada ou usar como emplasto, deve-se tomar o cuidado de usar pequenas quantidades para se saber se não tem reação", lembra.
A quantidade do ácido oxálico presente no inhame depende de vários fatores de cultivo e também da espécie que, segundo a especialista, são mais de 600. Por conta disso, apesar de poder ser consumido cru, por segurança, a especialista indica sempre cozinhar antes do consumo.
Edição: Michele Carvalho