O procurador-geral da República da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou, nessa segunda-feira (6), que os autores materiais do atentado a bomba contra o presidente do país, Nicolás Maduro, foram identificados e detidos. Maduro foi alvo de um atentado a bomba, na tarde do último sábado (4), durante um evento militar na Avenida Bolívar, em Caracas, em meio às comemorações dos 81 anos da Guarda Nacional Bolivariana. Ao todo foram detidos seis suspeitos, além de dois drones.
"Foram detidas duas pessoas em flagrante, que operavam os drones", destacou o procurador. "Esse é um fato que deve ser vinculado a uma cadeia de atos violentos dos últimos anos", afirmou.
De acordo com Saab, também foram identificados os responsáveis por instalar os explosivos nos drones, o local de onde os autores promoveram o atentado e a casa onde ficaram alojados nos dias prévios ao ataque.
Detalhes sobre o atentado
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, o general Néstor Reverol, na tarde de domingo (5), informou o modelo dos drones utilizados era o DJI-M600, conhecidos pela alta capacidade de levar carga, usado em geral por equipes de filmagem de televisão ou cinema, mas pelo setor industrial. Cada um levava um quilo de explosivo plástico C-4, de grande potencial destrutivo. Um dos drones explodiu próximo ao palco presidencial onde se encontrava o presidente Nicolás Maduro, sua esposa, ministros de Estado e comandantes militares das Forças Armadas.
Marcham em apoio a Maduro
Nesta segunda-feira (6), cerca de 100 mil apoiadores saíram de suas casas para protestar contra a violência e defender o governo eleito. "O chavismo está nas ruas para defender nosso presidente constitucional", afirmou o ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, durante uma manifestação, em frente ao Palácio de Miraflores.
Durante esse mesmo ato, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, afirmou que a participação dos EUA no atentado contra Maduro não está descartada. "Não está descarta porque a resposta do governo dos EUA foi muito ambigua. Não condenaram o atentado, como outros países. Eles disseram que não participaram deste atentado. Mas então de qual participaram? Nenhum país faria isso sem o apoio dos EUA", disse Diosdado.
O presidente Nicolás Maduro afirmou nesta terça-feira (7) que os suspeitos presos receberam treinamento na Colômbia, segundo as investigações. "Já temos os nomes dos autores, os endereços. Na cidade de Chinácota, no norte de Santander (estado colombiano). Eles foram treinados por técnicos colombianos", disse em vídeo divulgado em sua conta na rede social Twitter.
Edição: Vivian Fernandes e Pedro Ribeiro Nogueira