Neste segundo dia de realização da Marcha Lula Livre, a caminhada rumo a Brasília começou, efetivamente. Na sexta-feira (10), milhares de trabalhadores, de diversos estados do Brasil, haviam se reunido em três pontos diferentes, na região da capital federal, para finalizar os preparativos e fazer o lançamento da mobilização. Durante as paradas realizadas, integrantes da caminhada realizaram atividades junto à população local.
Na manhã deste sábado (11), as três colunas partiram em marcha pelas rodovias se manifestando em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos grupos partiu da cidade de Formosa (GO), outros manifestantes saíram de Luziânia (GO) e a terceira coluna partiu da cidade de Engenho das Lages (DF).
Fernanda de Oliveira, dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e integrante da coluna Luís Carlos Prestes, explica que a Marcha defende a possibilidade de Lula ser candidato como expressão do direito da população escolher livremente o futuro político do país.
“Quem marcha por Lula livre, marcha pela democracia, pela soberania e para denunciar todos os golpes dentro do golpe [de 2016]: a reforma trabalhista, da Previdência, a privatização da Eletrobrás e da Petrobras, o congelamento da saúde e educação”, diz.
Os cerca de cinco mil manifestantes andaram, em média, 16 km, e chegaram na primeira parada por volta das 12h. Ao todo, serão cerca de 50 km até Brasília, com chegada prevista para o dia 14 de agosto. No dia seguinte, ocorrerá um grande ato pela homologação da candidatura de Lula nas eleições de outubro deste ano.
No período da tarde, neste sábado, os três acampamentos realizaram atividades políticas e culturais para debater a situação do país e reforçar a disposição de lutar pela democracia, contra o desemprego e contra o golpe parlamentar de 2016. Cada coluna realizou atos nos pontos de parada, de onde continuarão no domingo (12) a caminhada. Em um deles, na cidade-satélite de Samambaia, jovens do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) utilizaram edições do Brasil de Fato para dialogar com a população sobre a situação de Lula.
Parte das pessoas do local foram ao encontro da Marcha para saudar os caminhantes. Uma delas foi a professora Maria América Bonfim, 58 anos, que mora em Sobradinho, cidade próxima a Samambaia.
"Quando a gente ouviu que a marcha sairia de Formosa, ficamos enlouquecidas querendo vir aqui encontrá-la. Com muita alegria estamos aqui recebendo os companheiros e dizendo que essa luta é de todos nós”, disse.
A reforma agrária é outra pauta de reivindicação da Marcha. Além dela, a volta da pobreza e da miséria e o retorno do desemprego e da fome à realidade brasileira também são denunciados pelos manifestantes.
Edição: Rafael Tatemoto