Foi uma demonstração clara do temor que têm de enfrentar o líder das pesquisas
Que vexame o Brasil passa com o posicionamento do governo de não seguir a determinação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de obrigar que o preso político Luiz Inácio Lula da Silva possa ser candidato à Presidência da República.
O vexame é ainda maior quando o Ministro da Justiça, Torquato Jardim, se volta de forma furiosa contra a ONU e simplesmente ignora que nos anos 90 o Brasil assinou resolução que obriga o país a seguir o que for determinado pelo Comitê da entidade. Na prática isso demonstra também que Torquato Jardim apenas ocupa o cargo que ocupa por ser um governo como o de Michel Temer, uma vergonha que bateu todos os recordes.
Segue com Torquato e Temer o esquema Globo, que ignora a informação sobre a ONU e ainda por cima, em matérias e editoriais, se volta, também furiosamente, contra o preso político Luiz Inácio Lula da Silva. Ou seja, na prática deixa de fazer jornalismo na verdadeira acepção da palavra para se dedicar à defesa de seus interesses econômicos e do mercado. Em outras palavras, o esquema Globo mostra a sua verdadeira face e se comporta distante de um órgão de comunicação e se torna um espaço a serviço de um grupamento político.
Em âmbito político partidário, os candidatos, com exceção de Guilherme Boulos, que participaram do último debate em um canal televisão, simplesmente decidiram retirar o vestígio do púlpito do postulante impedido pela justiça de participar do debate.
Na verdade, foi uma demonstração clara do temor que têm de enfrentar cara a cara o líder das pesquisas eleitorais. Podem imaginar o que ocorreria se Álvaro Dias, Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, Cabo Daciolo e Ciro Gomes tivessem de enfrentar cara a cara Lula? Não só não queriam correr esse risco, como também acharam por bem evitar ver pela frente qualquer vestígio do candidato mencionado. Dias e Bolsonaro fizeram questão de lembrar a condição de preso, sem mencionar, claro, a condição de preso político.
Essa é a realidade que se vislumbra nesse início de campanha eleitoral em que o mercado quer evitar de todas as formas que os eleitores possam com toda a liberdade fazer a escolha. A mídia comercial, com destaque para o esquema Globo, segue o mesmo passo.
Por isso, os eleitores precisam ficar atentos para os próximos debates e exigir que os candidatos se posicionem em relação ao que foi decidido pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Resta saber se essa pergunta será permitida pelos responsáveis pelos debates de ser formulada. É importante também que se evite que os candidatos escondam as suas reais intenções. Precisam também ter em mente que a melhor forma de derrotar quem eles consideram inimigo é pelo voto e não da forma como estão fazendo neste momento com a colaboração da mídia comercial, vale sempre assinalar, com destaque para o esquema Globo.
Edição: Jaqueline Deister