Brasil-Venezuela

Roraima quer criar "cotas estaduais" para acolhimento de venezuelanos

Governo estadual diz não ter condições materiais para absorver fluxo imigratório

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ernani Batista, procurador geral do estado, anuncia ações do governo à imprensa
Ernani Batista, procurador geral do estado, anuncia ações do governo à imprensa - Foto: Fernando Oliveira / GERR

Após conflitos violentos eclodirem entre brasileiros e venezuelanos no último sábado (18) na cidade de Pacaraima, na divisa entre os dois países, o governo estadual de Roraima protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que cobra o fechamento da fronteira, a criação de uma "cotas de refugiados" entre os estados brasileiros e a imediata redistribuição dos imigrantes atualmente no estado.

O governo de Roraima estima que 50 mil venezuelanos vivem, hoje, no estado, cuja população é de 490 mil pessoas. A maioria deles veio para o Brasil após 2015, período no qual sucessivas crises econômicas e políticas impactaram as condições de vida no país vizinho. 

“Nosso principal ponto é o reforço da interiorização dos venezuelanos para outros estados e regiões do Brasil, uma vez que Roraima não tem condições de receber por dia de 500 a 800 venezuelanos”, explicou à imprensa o procurador-geral do estado, Ernani Batista, ao anunciar a ação. O governo solicita a realização de uma audiência de conciliação com a União e os demais estados, além do Distrito Federal, para discutir um sistema de interiorização de imigrantes por meio de cotas.

Desde 2011, Brasil e Venezuela têm acordo de livre trânsito pela fronteira mediante apresentação de documento oficial de identificação.

Edição: Diego Sartorato