O Brasil precisa definir em que lado está
Ao mesmo tempo em que a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, contesta a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a vez de, nada mais, nada menos, que o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro fazer o mesmo.
Isso confirma simplesmente o temor de segmentos políticos ao líder de todas as pesquisas eleitorais e o fato de não quererem correr o risco de enfrentar Lula nas urnas.
No caso de Bolsonaro fica evidente o temor de enfrentar o candidato do PT nas urnas, pois sabe perfeitamente que boa parte do eleitorado vai preferir Lula, como já indicam as pesquisas.
Como Bolsonaro nunca escondeu seu apoio a ditadura de 1964 e também a de 2016 ao votar na Câmara dos Deputados pelo impedimento de Dilma Rousseff, com direito a homenagem ao torturador Brilhante Ustra, não chega propriamente a surpreender o posicionamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a candidatura de Lula.
Bolsonaro e Dodge são produtos de um tempo de retrocesso, cada um a sua maneira. Ela foi indicada por Michel Temer, enquanto o capitão da reserva do Exército aproveita a desinformação de vários segmentos para se apresentar à nação. Na verdade o também deputado não tem nada a dizer, a não ser o seu discurso de ódio que chegou ao ponto de até favorecer segmentos que praticam o trabalho escravo.
Lula é candidato e quem não aprova o seu nome deve enfrentá-lo nas urnas e não usando métodos golpistas. Numa democracia a decisão cabe ao povo e não a Instância judicial, como querem os segmentos golpistas que temem os resultados do pronunciamento popular.
Alguém pode achar que o que está sendo dito aqui é óbvio, mas como isso vem sendo escondido do povo brasileiro, é fundamental que seja divulgado.
O Brasil atravessa um momento decisivo de sua história, ou avança na democracia ou então prevalecerão métodos defendidos por Bolsonaro que representam tão somente os valores da longa noite escura que o país atravessou durante 21 fatídicos anos de ditadura empresarial militar.
Em suma, o Brasil precisa definir em que lado está, ou seja, se escolhe a democracia em que o povo decide as questões ou prefere retornar ao tempo de arbítrio que o golpe de 2016 também defende, desta vez através da toga.
Edição: Jaqueline Deister