Desde o dia 31 de julho, sete militantes de movimentos populares estão em greve de fome em Brasília para cobrar agilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) na votação das três Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) que questionam a legalidade da prisão em segunda instância.
O Brasil de Fato conversou com o pastor presbiteriano reverendo Luis Sabanay, responsável pelos atos inter-religiosos que são realizados diariamente às 18h em apoio aos grevistas.
Brasil de Fato: Como foi esse acompanhamento desde o início da greve de fome?
Luis Sabanay: O que está no horizonte das manifestações políticas desses sete grevistas é a votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade. Antes que todos os recursos sejam esgotados, pressupõe que o cidadão é inocente até que se prove o contrário. No caso específico do ex-presidente Lula, nós temos clareza de que é uma prisão injusta, uma prisão política. E isso é demonstrado pelas pesquisas de opinião, nas quais o ex-presidente está em primeiríssimo lugar, numa faixa da população que justamente representa nossos grevistas de fome: o povo pobre brasileiro que se organiza nas periferias do campo e da cidade, que luta pela terra, que luta pelo direito à moradia.
O símbolo da greve de fome tem no horizonte a justiça e a prova de que o povo brasileiro tem capacidade de resistência diante das adversidades políticas e sociais que nós estamos vivendo em nosso país.
BF: Entre os dias 10 e 15 de agosto foi realizada a Marcha Nacional Lula Livre que ao final acompanhou o registro da candidatura do ex-presidente Lula. Este grande ato ajudou nessa resistência?
LS: Foi fundamental. O candeeiro de todas as mobilizações nos últimos 24, 25 dias tem sido pelo reconhecimento do esforço, do ato extremo de greve de fome, dos nossos companheiros e a sensibilização de uma parcela da sociedade brasileira sobre as injustiças que vivem nosso povo. Lutar contra as injustiças não é só um ato de enfrentar um tribunal. Lutar contra as injustiças é uma perspectiva de uma sociedade que se cria, justa e solidária.
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Edição: Katarine Flor