Temer é o principal responsável por tal estado de coisas
O povo brasileiro está na antevéspera do início da campanha eleitoral por rádio e televisão. Uma eleição, diga-se de passagem, que ainda falta definir se o líder das pesquisas será ou não candidato, apesar da determinação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) assegurar o nome de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa.
E, por incrível que pareça, até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, por sinal, indicado por Michel Temer, fazem declarações públicas contra a medida, revelando desconhecer o compromisso do Estado brasileiro de ser obrigado a seguir o que foi decidido pelo Comitê.
Podem imaginar o que pensam sobre o Brasil no exterior? É realmente de envergonhar a qualquer cidadão do país e demonstra também a falência da Justiça por ter um ministro da instância máxima da Justiça do país a ignorar tal fato. Vale a pergunta: em que país alguém que desconhece os compromissos internacionais assumidos pelo Estado pode integrar um organismo da Justiça, ainda por cima da instância máxima?
Só mesmo no atual momento que atravessa o Brasil que tem no governo um presidente como Michel Temer, cujo mandato acaba em 31 de dezembro próximo. E um presidente que segue um projeto repudiado, pelo menos, em quatro eleições seguidas pelo eleitorado e que traiu o compromisso assumido como vice presidente ao fazer parte de um governo por meio de um golpe parlamentar, midiático e judicial.
Quanto a campanha eleitoral que se inicia, há de tudo, inclusive defensores de projetos econômicos do gênero neoliberal, que vem sendo seguido pelo atual governo e tem provocado retrocesso da pior espécie, só comparável aos tempos da ditadura empresarial militar imposto a partir de abril de 1964.
Temer é o principal responsável por tal estado de coisas. E alguns candidatos com a mesma linha programática tentam se apresentar como se fossem contrários ao mais repudiado presidente brasileiro de todos os tempos.
Basta verificar, por exemplo, os assessores econômicos de Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro, que defendem, entusiasticamente, a redução do Estado e até privatizações, como a da Petrobras. É o que pensam Pérsio Arida e Paulo Guedes, respectivamente assessores de Alckmin e Bolsonaro, que para iludir incautos se apresentam como opositores de Michel Temer. São tratados pelos colunistas de sempre como “patriotas” e ajudam a tentar enganar os desinformados, como acontece na Globo, seja em canal aberto ou a cabo, como a GloboNews.
No caso do assessor econômico de Bolsonaro, tem um agravante. Guedes é um dos fundadores do Instituto Millenium, que reúne o que há de mais retrógrado do mundo empresarial e político existente no Brasil. Quem acompanha a história do referido Instituto sabe muito bem que o mesmo é o responsável também pela podridão representada por movimentos que se destinam a enganar a opinião pública, como, por exemplo, o Movimento Brasil Livre (MBL) e outros do gênero, que de fato pregam o fascismo.
Trata-se de uma verdade que vem sendo escondida e que precisa ser divulgada para que a opinião pública seja de fato informada e possa com isso definir suas posições. Com isso, muita gente saberá com precisão onde está verdadeiramente se posicionando sem rodeios.
É o que deve-se exigir, principalmente no atual momento em que brasileiros e brasileiras estão para definir quem governará o Brasil pelos próximos quatro anos a partir de 1 de janeiro de 2019. A hora é agora e sem rodeios.
Edição: Jaqueline Deister