ACORDOS DE PAZ

ELN liberta prisioneiros mesmo sem garantias de acordo com governo da Colômbia

Em documento, guerrilha afirma liberar detidos a fim de evitar "desenlace fatal" mesmo sem respaldo do Estado

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Diálogo entre guerrilheiros e governo da Colômbia estão na agenda do presidente Iván Duque
Diálogo entre guerrilheiros e governo da Colômbia estão na agenda do presidente Iván Duque - Pacifista.co via Opera Mundi

O Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu um comunicado nesta terça-feira (04/09) em que anuncia que vai libertar prisioneiros em seu poder mesmo não contando com respaldo por parte do governo colombiano. Os prisioneiros foram capturados nas cidades de El Chocó e El Arauca e estão sob poder da guerrilha há um mês. 

O comunicado apela aos setores integrantes da sociedade colombiana para que se unam em apoio à decisão, uma vez que o governo “não facilitará” o acordo “em um curto prazo”. A possibilidade de um “desenlace fatal”, devido à demora das decisões, também é mencionada. 

De acordo com o texto, a liberação dos reféns também é relativa à manutenção da integridade física dos detidos. A organização Grupos de Países de Apoio, Acompanhamento e Cooperação (Gpaac), a ONU e a Igreja colombiana foram convocados “a serem vigilantes” para que a libertação tenha “um bom resultado e que os infortúnios não ocorram, como outros eventos da história do país”. 

A guerrilha também culpa o Exército do país mediante qualquer problema que eventualmente aconteça durante o processo. "Já tornamos as Forças Armadas do Estado responsáveis por qualquer incidente fatal que possa surgir nessas operações humanitárias, e faremos todos os esforços para garantir que isso não aconteça". 

Negociações com o governo Duque

A guerrilha negocia a trégua com Bogotá desde 2017, quando as tratativas se iniciaram em Quito, capital do Equador. Desde então, as decisões oscilam entre o cessar-fogo e a retomada dos conflitos.

Após o acordo de paz com as FARC, a atividade do ELN passou a ser o grande foco de resolução do governo colombiano, agora com o novo presidente, Iván Duque, que prometeu endurecer as negociações. A organização afirma ter cerca de 1.500 integrantes e atua em cerca de 10% dos municípios colombianos, segundo a Fundação Paz e Reconciliação. 

(*) Com Telesur

Edição: Opera Mundi