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Família Marinho, mercado e o esquema Bolsonaro estão cada vez mais próximos

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Começa a ficar claro que a patota do Bolsonaro, possivelmente orientada, procurará moderar a linguagem
Começa a ficar claro que a patota do Bolsonaro, possivelmente orientada, procurará moderar a linguagem - Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
O apoiador pastor Malafaia mentiu descaradamente

Extremistas das mais variadas matizes não perderam a oportunidade para incriminar o PT como responsável pela facada contra Jair Bolsonaro. É o que postou nas redes sociais a figura repelente do pastor Malafaia, ao afirmar que o autor da ação, também participava da campanha para o Senado em Minas Gerais da presidenta Dilma Rousseff, deposta por um golpe parlamentar, midiático e judicial em 2016 apoiado pelo próprio pastor.

No pós-atentado vale analisar a entrevista concedida pelo vice de Bolsonaro, o general Mourão na Globonews. Ficou muito claro que os entrevistadores tinham a missão de saudar a presença do militar e fazer o possível e o impossível para que ele despontasse como moderado.

Se for comparado o posicionamento dos entrevistadores com os demais que lá compareceram e não rezam pela cartilha da família Marinho, ficará mais do que clara a diferença. O general Mourão foi tratado de uma forma muito gentil, enquanto, por exemplo, o vice Fernando Haddad e até a vice Katia Abreu foram apertados de forma muito deselegante, como se os entrevistadores estivessem cumprindo uma missão designada pelos seus patrões.

Na verdade, a comparação depõe contra o jornalistas, que não deixam dúvida que se posicionam de acordo com os interesses da família Marinho. Começa a ficar claro que a patota do Bolsonaro, possivelmente orientada, procurará moderar a linguagem, aproveitando o embalo de Bolsonaro aparecer como vítima e coitadinho.

Sem saber da mudança de orientação, o apoiador pastor Malafaia mentiu descaradamente ao afirmar o que afirmou nas redes sociais. Resta saber como o fake news do pastor será tratado pelos demais apoiadores de Bolsonaro.

Uma coisa é certa, pela estratégia de mudança de tom que está sendo adotada pela cúpula de apoiadores do Bolsonaro, o outro candidato que vinha sendo apoiado pelo mercado, Geraldo Alckmin, foi aconselhado a mudar de plano e terminar com as críticas ao Bolsonaro.

Para ficar mais evidente, se é que há dúvidas nesse sentido, o mercado, as Organizações Globo e outros espaços midiáticos comerciais começam a aceitar de bom grado o coitadinho Jair Bolsonaro. Para confirmar o que está sendo dito aqui, basta acompanhar com atenção o tratamento que a mídia comercial concederá daqui para frente ao grupo de Bolsonaro.

Os entrevistadores da Globonews de alguma forma tomaram a frente da empreitada, que certamente será seguida nos canais abertos.

O esfaqueamento de Bolsonaro colocou o candidato na mídia ocupando um espaço muito maior do que o que tem na propaganda eleitoral no rádio e televisão.

A estratégia se completará se conseguirem tirarem Luiz Inácio Lula da Silva de foco e promoverem Bolsonaro como o candidato preferencial, naturalmente no estilo, enganador dos incautos.

Algumas perguntas que não podem sair de foco: qual teria sido o teor das conversações ocorridas entre João Roberto Marinho, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes? Teriam acertado os ponteiro e aparado as arestas? Será que houve alguma recomendação especial no sentido de Bolsonaro se tornar mais palatável para o mercado e consequentemente para a família Marinho?

Na verdade, os mencionados nunca estiveram tão afastados desde muito tempo, haja vista o golpe empresarial militar de abril de 1964. Podem ter acertado definitivamente os ponteiros e começarão uma corrida estratégica para mais uma vez enganar os incautos. O que aconteceu na entrevista com o general Mourão na Globonews pode ter sido o início do esquema.Resta, portanto, acompanhar os próximos debates e o aparecimento dos candidatos nos espaços eletrônicos da mídia comercial, especialmente na Globo.

Edição: Jaqueline Deister