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Comunidade internacional rechaça declarações de Almagro sobre golpe na Venezula

Entre os que se manifestaram, estão a ALBA-TCP, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e até países do “Grupo de Lima"

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Luis Almagro Lemes, Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos
Luis Almagro Lemes, Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos - OEA

Membros da comunidade internacional, em especial da América Latina, rechaçaram durante todo este final de semana as declarações do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que afirmou "não descartar" uma ação militar para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

Entre os que se manifestaram, estão a ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio entre os Povos), o presidente da Bolívia, Evo Morales, e até países do chamado “Grupo de Lima”, formado por nações do continente que se posicionam de forma contrária ao governo de Maduro. Esta é a primeira vez que o grupo e Almagro divergem publicamente.

Em nota divulgada nesse sábado (15), a ALBA-TCP afirmou que as declarações de Almagro “são uma evidência clara dos planos desestabilizadores e de intervenção contra a democracia e a soberania dos governos progressistas da região”. Além disso, afirmou a organização, o secretário-geral da OEA “busca aprofundar e agudizar os ataques que alguns governos da região vêm desenvolvendo contra a Venezuela”.

A ALBA-TCP é formada por Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Venezuela, além de ter o Haiti como observador.

O Partido Comunista do Uruguai também se manifestou, expressando rechaço “a esta nova mostra de servilismo e irresponsabilidade de Almagro, transformado há muito em um peão do imperialismo ianque, a serviço das piores coisas”. Almagro foi chanceler uruguaio durante o governo de José Mujica (2010-2015).

Grupo de Lima

Além disso, 11 países do chamado “Grupo de Lima”, incluindo o Brasil, rechaçaram a hipótese de uma intervenção militar para derrubar Nicolás Maduro na Venezuela. "[Os países] Expressam sua preocupação e seu rechaço a qualquer curso de ação ou declaração que implique uma intervenção militar ou o exercício da violência, a ameaça ou o uso da força na Venezuela", conclui a declaração.

Também assinam a declaração Argentina, Chile, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. O Grupo de Lima possui 14 membros, mas Canadá, Colômbia e Guiana não firmaram o texto.

O presidente boliviano, Evo Morales, cujo país não faz parte do grupo, já havia se manifestado no próprio sábado, mas voltou às redes sociais neste domingo (16) após o anúncio do “Grupo de Lima”.

“O chamado Grupo de Lima rechaçou uma intervenção militar contra a Venezuela e deixou sozinho, em sua obsessão golpista, Luis Almagro, agente servil do império. É uma derrota do intervencionismo de Trump e uma vitória da dignidade e coragem do honorável povo venezuelano e latino-americano”, disse, pelo Twitter.

Almagro na Colômbia

Na última sexta-feira (14), em visita à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, Almagro disse que "não descartava" uma ação militar para tirar Maduro do poder. “Quanto à intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro, creio que não devemos descartar nenhuma opção”, afirmou.

Horas depois da declaração, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que o país iria denunciar o secretário-geral da OEA à ONU.

“Ele, de forma vulgar e grotesca, ostenta a Secretaria-Geral da OEA, por promover a intervenção militar em nossa pátria e atentar contra A Paz da América Latina e do Caribe!”, disse, pelo Twitter. “Almagro pretende reviver os piores expedientes de intervenção militar imperialistas em nossa região, cuja estabilidade está seriamente ameaçada pela atuação demencial de quem usurpa, de forma desviada e abusiva, a Secretaria-Geral da OEA.”

*Com teleSUR e ANSA.

Edição: Opera Mundi