“Começa agora a Rede Lula Livre, ao vivo, direto de Curitiba”. Há quatro meses, é assim que começa o único boletim diário, ao vivo, voltado a notícias relacionadas à campanha permanente pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), detido desde 7 de abril deste ano na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense.
A primeira experiência de transmissão da Rede Lula Livre aconteceu no dia 1º de maio, quando as centrais sindicais brasileiras realizaram o primeiro ato unificado para o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Já em 14 de maio, a Rede Lula Livre consolidou a transmissão do programa diário, de 15 minutos, além de boletins também diários, de cinco minutos.
Taís Ladeira, jornalista e radialista integrante da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) participou da transmissão de 1º de maio, que, segundo ela, foi um marco para a “história do rádio popular no Brasil” e para a “história da capacidade dos movimentos sociais na atuação em rede”.
“Foi importante também por ser um 1º de maio que marcou a prisão política de uma pessoa importantíssima para a classe trabalhadora brasileira, o primeiro presidente operário do brasil”, afirma Taís.
A Rede Lula Livre surgiu a partir de iniciativa de partidos, movimentos populares e de órgãos da mídia contra-hegemônica, como Brasil de Fato, a Rádio Brasil Atual (98,9 FM de São Paulo), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Rede da Legalidade, a Rede Democracia e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc).
“São quatro meses históricos do país que têm passado pela rede: tivemos visitas de diversas personalidades, [noticiamos] a greve de fome [de militantes de movimentos populares pedindo justiça ao Supremo Tribunal Federal], a candidatura [de Lula] barrada”, lembra Gabriel Carriconde, locutor da Rede Lula Livre.
Visão popular de notícia
Com o objetivo de oferecer um contraponto midiático à imprensa corporativa, a Rede Lula Livre pauta suas notícias a partir dos interesses da classe trabalhadora e dos movimentos populares.
“Estamos em uma sociedade de classes, então o jornalismo é influenciado por essa sociedade. Nesse sentido, existe o jornalismo corporativo e existe o nosso jornalismo, o jornalismo popular, que leva uma outra narrativa, um outro olhar sobre a notícia”, explica Carriconde.
Para mostrar essa visão popular da notícia, a Rede Lula Livre espalha-se pelo Brasil. Atualmente, doze cidades de estados como Paraíba, Ceará, Piauí, Bahia, Maranhão, Paraná e São Paulo fazem a retransmissão dos programas e boletins da rede.
A possibilidade de estar em locais de difícil acesso foi um dos motivadores para a criação da Rede Lula Livre, segundo Pedro Carrano, que faz parte da articulação da rede. “Sabemos que há rincões em que a rádio continua sendo referência de comunicação. Não podíamos deixar de ter uma rádio, respondendo, inclusive, à tradição histórica da esquerda de que, em grandes movimentos de luta, sempre houveram rádios capitaneando a resistência”, explica Pedro.
Ele lembra como referência a experiência histórica da rádio clandestina Venceremos, que, na década de 1980, durante a guerra civil de El Salvador, denunciava os crimes de guerra e os abusos governamentais.
Como retransmitir
A retransmissão da Rede Lula Livre é aberta para emissoras de rádio ou pela internet. Basta se cadastro pelo número de Whastapp +55 11 99113 5441. A mensagem deve informar que o assinante pretende reproduzir material da Rede Lula Livre e conter nome da emissora, frequência, cidade e estado. Por meio desse cadastro serão enviados os alertas de Rede e conteúdos disponíveis para veiculação.
Para retransmitir o programa ao vivo, das 9h45 às 10h, de segunda a sexta-feira, basta conectar a emissora a partir da Rádio Brasil de Fato, que é online e pode ser ouvida direto no player na capa do site. Também é possível utilizar os links abaixo, de acordo com as plataformas disponíveis, para inserir o player da nossa rádio no seu site. É simples, fácil e sem custos:
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Edição: Diego Sartorato