O jornalista Antônio Roberto Espinosa, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), morreu nesta terça-feira (25) aos 72 anos em Osasco, São Paulo. Ele lutava contra um câncer no pulmão.
Espinosa foi um revolucionário que combateu a ditadura militar para restaurar a democracia no Brasil. Ele foi dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), ao lado de Carlos Lamarca e de Dilma Rousseff.
O ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza (PT) lamentou a morte do militante em uma postagem no Twitter e relembrou que professor Espinosa coordenou o projeto Osasco 50, para uma cidade mais democrática e inclusiva.
Em dezembro de 1969, Espinosa foi preso no Rio de Janeiro e levado para São Paulo onde foi torturado. O advogado e militante contra a ditadura Aton Fon Filho, preso na mesma noite, conta ao Brasil de Fato como foi o breve encontro com o colega naquele momento.
"Era o dia 19 de dezembro de 1969. Conheci o Espinosa na sede da Polícia do Exército, na Vila Militar. De lá, fomos trazidos para São Paulo, no mesmo carro, trancados no porta-malas. Nós evitamos conversar porque tinham pessoas do Exército prestando atenção na gente", relata. Chegando em São Paulo, os dois jovens foram levados para a sede da Oban [Operação Bandeirantes], um dos centros de tortura da ditadura. "Logo depois da chegada, ele foi levado para o DOPS [Departamento de Ordem Política e Social], e eu fiquei mais um mês na Oban", completa.
Na cadeia, Espinosa assistiu à tortura de sua companheira Dodora e do amigo Chael, que veio a morrer no DOPS em decorrência de um golpe de fuzil no peito.
Em 1974, ele saiu da prisão e passou a se dedicar à profissão de jornalista. Depois de alguns anos, fundou o jornal Primeira Hora, com sede em Osasco.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira