Dando continuidade à série de entrevistas iniciadas dia 26 de setembro com as candidatas e os candidatos mais expressivos - integrantes do campo político de atuação da Frente Brasil Popular, na Paraíba - e que disputam vagas para o legislativo estadual, a entrevistada de hoje é Cida Ramos (PSB).
Cida Ramos, ex- militante do movimento estudantil, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na área de Serviço Social, foi presidente da Associação dos Docentes da UFPB, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Humano nos dois mandatos do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), tendo concorrido à Prefeitura de João Pessoa em 2016 obtendo mais de 125.000 votos.
Confira agora as ideias políticas de Cida Ramos, e suas propostas para futura atuação na Assembleia Legislativa da Paraíba, caso seja eleita.
BdF - Para você o que está em jogo nessas eleições?
Cida - Muita coisa está em jogo. Esta talvez seja a eleição mais importante da história do Brasil. Não há espaço para a coluna do meio. A disputa entre Haddad e Bolsonaro, a eleição assume a disputa entre civilização ou barbárie, democracia ou autoritarismo. Assim, a crise brasileira é econômica, política, social, mas também cultural e civilizacional.
Na Paraíba, embora com particularidades, as eleições também assumem esse caráter, vamos dizer assim, plebiscitário. A vitória de João Azevedo tem significado histórico: seria a terceira vitória eleitoral seguidas das forças de esquerda entre nós. Seria manter as muitas conquistas dos dois governos de Ricardo Coutinho, do qual participei como secretária de Desenvolvimento Humano, elaborando e executando uma nova visão das políticas, de caráter efetivamente público e rompendo com a prática atrasada de patrimonialista.
Também é importante para fortalecer e fazer avançar um bloco de esquerda dentro desse governo progressista. Para tanto, é importante tanto eleger Luiz Couto, como votar em candidatos de esquerda para deputado estadual e federal.
BdF- Porque você é candidata?
Cida - Venho de longe, das lutas estudantis e populares da crise do fim da ditadura e da campanha das diretas-já, na década de 1980. Desde essa época, sempre estive presente nas lutas sociais da Paraíba. É essa experiência, essa forma de lutar e participar, que compõe a minha vida, que vou levar para o parlamento. Também estarei na Assembleia para fazer a defesa dos governos de Ricardo Coutinho e contribuir para que um futuro governo de João Azevedo continue trilhando os mesmos caminhos.
BdF - Quais serão suas principais linhas de atuação?
Cida - Já comecei um pouco a responder essa questão anteriormente. Em primeiro lugar, pretendo usar a tribuna da Assembleia para fazer um debate qualificado sobre os rumos econômicos e sociais da Paraíba, trazendo enfoques, análises, reverberando elaborações dos intelectuais e dos movimentos sociais. Não subestimo o uso da tribuna e o valor das ideias progressistas. Como plataformas de atuação, darei ênfase às lutas das pessoas com deficiência, às mulheres, aos quilombolas, aos LGBTs, aos trabalhadores sem-terra e a todas as pessoas oprimidas. Sou professora da UFPB e a defesa intransigente do ensino público será outra linha de atuação. Como pesquisadora e elaboradora de programas que deram certo na Paraíba, como o Cidade Madura e o Cartão-Alimentação, entre tantos outros, buscarei regulamentar esses programas, tornando-os permanente.
Edição: Paula Adissi
