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Candidato apologista do nazifascismo e sua família batem recorde de baixaria política

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A Câmara dos Vereadores deve analisar com rigor o que representa um de seus integrantes divulgar tal baixaria
A Câmara dos Vereadores deve analisar com rigor o que representa um de seus integrantes divulgar tal baixaria - Redes Sociais/Reprodução
Com a palavra os vereadores cariocas!

O candidato Jair Bolsonaro pediu, em 2006, que a Embaixada brasileira no Chile transmitisse mensagem de solidariedade ao neto do ditador Augusto Pinochet. Bolsonaro, defensor entusiasta da ditadura brasileira, queria se solidarizar com Augusto Pinochet Molina por ter ele sido afastado do Exército ao se pronunciar, no sepultamento do avô, em favor de quem a história demonstrou ter sido um criminoso. A Embaixada na época, por determinação do Ministério do Exterior, se recusou a entregar o recado, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.

O candidato afirmava a admiração a Molina e automaticamente ao ditador que assumiu o poder com a ajuda da ditadura, que Bolsonaro faz hoje a apologia e chega ao ponto de afirmar que no Brasil nunca existiu, juntamente com elogios ao militar Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-CODI de São Paulo por vários anos.

Ustra foi responsável por torturas e execuções de presos políticos que se insurgiam contra a ditadura, entusiasticamente também defendida pelo candidato a vice -presidente de Bolsonaro, o general da reserva Mourão.

É preciso que a opinião pública seja informada sobre tais fatos e outros que depõem contra a democracia. Bolsonaro, sem dúvida, representa um perigo para a democracia. Não só ele como também o seu vice, que volta e meia tem se pronunciado de forma mais abjeta possível sobre várias questões, em um de seus últimos vômitos (a palavra é essa mesmo) criticou a conquista do 13º salário, ainda segundo a Folha de S. Paulo.

Por estas e outras, quando faltam poucos dias para a realização do primeiro turno presidencial, é mais do que necessário a divulgação de fatos que ajudem o eleitorado a conhecer quem são e o que representam verdadeiramente os candidatos. E que não restem dúvidas sobre a dupla Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão, inclusive para os eleitores de Alckmin que percebem a inutilidade eleitoral do candidato do PSDB, um direitista que tenta se apresentar como de centro, e estão se bandeando para o lado do capitão da reserva do Exército.

Alckmin, salvo alguma surpresa de última hora, é carta fora do baralho, mas Bolsonaro, segundo as pesquisas, ainda engana, possivelmente parte de incautos e desinformados.

Portanto, todo cuidado é pouco, inclusive nos últimos debates, que, aliás, não contam com a participação de Bolsonaro, o que para ele é um fato positivo, porque toda vez que participava o eleitorado passava a conhecer o seu programa que revive no Brasil o nazifascismo. Bolsonaro prefere se manter na condição de coitadinho esfaqueado, pois isso, para ele, até certo ponto, rende votos.

Se recorrermos a história, por exemplo, em Portugal, qual o político que defende o regime salazarista? Os direitistas atuais preferem se posicionar em partidos defensores de ideias obscurantistas, mas jamais fazendo a apologia do regime ditatorial de Antonio Salazar.

Na França, até mesmo extremistas de direita como Marine Le Pen tentam se apresentar como se não fossem afins dos tempos odiosos de defensores do nazismo como Vichy.

No Brasil, Bolsonaro se orgulha de ser na prática uma edição 2018 do galinha verde integralista Plínio Salgado, também apoiador entusiasta da ditadura empresarial militar instalada em abril de 1964.

Ah, sim, para culminar, um dos filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, ainda por cima faz circular nas redes sociais a imagem, com a insígnia “ele não”, de alguém sendo torturado. É a forma que ele encontrou para ameaçar o movimento das mulheres que alerta aos brasileiros e brasileiras sobre o perigo representado pelo ressurgimento do nazifascismo no Brasil.

Realmente, a Câmara dos Vereadores deve analisar com rigor o que representa um de seus integrantes divulgar tal baixaria. É uma afronta à democracia que deve ser respondida pelos demais representantes do eleitorado carioca. Até porque, ficar em silêncio diante de tal fato não deixa de ser uma forma de compactuar.

Com a palavra os vereadores cariocas!

Edição: Jaqueline Deister