CENSURA

"Não há democracia sem liberdade de imprensa", afirma Haddad

Candidato criticou decisão do ministro Fux de suspender liminar que garantia direito de Lula a dar entrevistas

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

Ouça o áudio:

Haddad também falou sobre sua proposta de Constituinte e que reformas pretende fazer caso seja eleito
Haddad também falou sobre sua proposta de Constituinte e que reformas pretende fazer caso seja eleito - Joka Madruga/Agência PT

A censura à liberdade de imprensa é uma ameaça à democracia. Foi o que defendeu Fernando Haddad (PT), nesta segunda (1º), em entrevista coletiva em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Após visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad falou aos jornalistas sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de suspender liminar que autorizava Lula a conceder entrevista à Folha de São Paulo e ao jornalista Florestan Fernandes Júnior.

“Nós entendemos que uma democracia se sustenta com liberdade de expressão, com liberdade de organização, com liberdade de imprensa. É um direito civil e político que está sendo prejudicado”, afirmou o candidato à presidência pelo PT.

O pedido de suspensão da liminar acatado por Fux foi feito pelo Partido Novo, sob alegação de que uma entrevista de Lula afrontaria o “princípio republicano e a legitimidade das eleições”. A decisão de Fux, segundo Haddad, é uma das muitas “ameaças à democracia que estão pairando no ar”. A ABJD (Associação Brasileiro de Juristas pella Democracia) também criticou a medida e disse que o pedido só poderia ter sido feito pelo Ministério Público ou por pessoa jurídica de direito público, não por um partido que disputa as eleições.

Constituinte

Perguntado sobre a proposta de criar uma Assembleia Constituinte, Haddad afirmou que sua preocupação enquanto candidato à presidência é que o Congresso tenha uma agenda de reformas constitucionais importantes.

Ele citou como pautas prioritárias de seu plano de governo a reforma tributária progressiva, a reforma do sistema bancário e a reavaliação dos regimes próprios de previdência (que permitem aos estados e municípios a criação e administração de fundos próprios para garantir a aposentadoria de funcionários públicos locais).

“Nós gostaríamos que o Congresso criasse um rito para aprovar essas medidas, que dê uma segurança jurídica e crie um ambiente de negócios favorável à retomada do crescimento”, afirmou Haddad.

No plano de governo petista, há a proposta de taxação progressiva sobre o setor bancário, reduzindo alíquotas para as instituições que praticarem taxas menores.

Também faz parte do programa um reajuste na tabela do Imposto de Renda, com isenção para pessoas que ganham até cinco salários mínimos, além da retomada da cobrança de impostos sobre lucros e dividendos.

Após a coletiva de imprensa, o candidato seguiu para uma atividade de campanha, no Centro de Curitiba, onde fez uma caminhada com a militância.

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira