Vinte e dois deputados federais gaúchos votaram pelo golpe, retirando Dilma Rousseff da presidência. Naquele 17 de abril de 2016, ajudaram a cassar os votos de 54,5 milhões de brasileiros e brasileiras. Desde então, o país passou a viver sob o governo de pior avaliação de toda a história republicana. Tem responsabilidade nessa tragédia, os 367 deputados federais que votaram pela autorização da abertura do processo de impeachment mesmo sem crime de responsabilidade.
São parlamentares que, agora, estão pedindo o voto do eleitor. Daquele mesmo eleitor cujo voto anularam. Deste grupo, os gaúchos são os seguintes: José Fogaça, que pede votos para o Senado, Alceu Moreira, Darcísio Perondi, Mauro Pereira e Osmar Terra, os cinco do MDB; José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze – outro que quer ser senador – Jerônimo Goergen, Renato Molling, Covatti Filho e Afonso Hamm, do PP; Sérgio Moraes, Luis Carlos Busatto e Ronaldo Nogueira, do PTB; José Stédile e Heitor Schuch, do PSB; Danrley de Deus, do PSD; Giovani Cherini, do PR; João Derly, da Rede; Onix Lorenzoni, do DEM; Nelson Marchezan Jr, do PSDB; Carlos Gomes, do PRB. Mais tarde, no Senado, Ana Amélia (PP) e Lasier Martins (PSD) votaram pelo golpe.
Veja os deputados do Rio Grande do Sul que livraram Michel Temer da primeira denúncia...
Danrley de Deus (PSD), José Otávio Germano (PP) e José Fogaça (MDB) foram alguns dos deputados gaúchos que ficaram ao lado de Michel Temer quando ele foi denunciado por corrupção passiva pela PGR, a Procuradoria Geral da República. Aconteceu no dia 2 de agosto de 2017. A Câmara rejeitou a denúncia, apesar do Brasil inteiro ter ouvido a gravação das conversas com o empresário Joesley Batista nos porões do Palácio do Jaburu.
Dez parlamentares do Rio Grande do Sul ajudaram o presidente a ficar no cargo. Além de Danrley, Germano e Fogaça, também Alceu Moreira, Darcísio Perondi, Osmar Terra e Mauro Pereira, os quatro do MDB; Covatti Filho, do PP; Cajar Nardes, do PR; e Ronaldo Nogueira, do PTB.
...e agora os gaúchos que livraram Temer da segunda denúncia
Na hora de rejeitar mais uma denúncia, o número de parlamentares gaúchos que escolheram o lado de Temer foi ainda maior: 13. Aconteceu dois meses após a rejeição da primeira denúncia. José Fogaça, Darcísio Perondi, Alceu Moreira e Mauro Pereira, todos do MDB, repetiram seus votos pró-Temer. A eles se juntou Jones Martins, do mesmo partido. Outros que reprisaram seu apoio foram José Otávio Germano e Covatti Filho, ambos do PP. Tiveram a companhia de Renato Molling, da mesma sigla. Ronaldo Nogueira, do PTB, também votou de novo para livrar Temer. E o mesmo fez Cajar Nardes, do PR. Novidades da listagem de apoiadores de Temer na segunda denúncia foram Sérgio Moraes (PTB), Carlos Gomes (PRB) e Giovani Cherini (PR).
Os gaúchos que entregaram o Pré-Sal
A maioria da bancada gaúcha na Câmara Federal votou pela entrega do Pré-Sal às empresas estrangeiras. Foi o que aconteceu na votação que mudou o regime de exploração. Antes, havia um sistema de partilha, direcionando 85% dos royalties do petróleo para a Educação e 15% para a Saúde. Com a mudança, caiu a obrigatoriedade da participação da Petrobrás na exploração do pré-sal.
Apresentada pelo senador José Serra, do PSDB, a proposta foi aprovada no Senado e seguiu para a Câmara. Lá, no dia 5 de outubro de 2016, conforme levantamento feito pela CUT/RS, 14 deputados do Rio Grande do Sul assinaram embaixo da proposta. A relação em boa parte repete aqueles nomes envolvidos no golpe contra Dilma e na defesa de Temer e de sua reforma trabalhista.
Novamente, o MDB é o carro-chefe. José Fogaça, Alceu Moreira, Darcísio Perondi, Mauro Pereira e Jones Martins votaram pela entrega. Em seguida vem o PP com Covatti Filho, Luis Carlos Heinze e Afonso Hamm. Logo, o PR com Cajar Nardes e Giovani Cherini. Também votaram favoravelmente ao projeto de Serra, os deputados Danrley de Deus (PSD), José Stédile (PSB), Onix Lorenzoni (DEM) e Sérgio Moraes (PTB).
Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa (Edição 6) do Brasil de Fato RS. Confira a edição completa.
Edição: Marcelo Ferreira