A disputa para o governo do Rio Grande do Sul será decidida no segundo turno, no dia 28 de outubro. Com 99% dos votos apurados, Eduardo Leite (PSDB) tem 35,89% dos votos válidos e José Ivo Sartori (MDB), 31,12%. Brancos somavam 5,89% e nulos, 6,78%. Já Miguel Rossetto (PT) conquistou 17,75% dos votos válidos, seguido por Jairo Jorge (PDT), com 11,08%, Mateus Bandeira (novo), 3,37%, Roberto Robaina (Psol), 0,64%, e Julio Flores (PSTU), 0,15%.
A primeira pesquisa Ibope de intenção de votos para o governo do RS, divulgada em 18 de agosto, indicava a liderança do governador Sartori, com 19%, e Leite ainda embolado com Miguel Rossetto (PT), ambos com 8%, seguidos por Jairo Jorge (PDT), que tinha 6%. Ao longo da campanha, no entanto, a disputa foi se consolidando entre o tucano e o atual governador, segundo o instituto. Em 21 de setembro, Sartori tinha 31%, contra 26% de Leite. Rossetto, 12%, e Jairo, 6%, já apareciam consideravelmente atrás.
O ex-prefeito de Pelotas foi crescendo nas pesquisas nas últimas semanas, até alcançar os 38%, contra 32% do governador Sartori, na pesquisa divulgada no sábado (6). Na boca de urna, os dois apareciam em empate técnico, com o tucano liderando numericamente por 33% a 32%.
Leite x Sartori
Ex-prefeito de Pelotas, entre 2013 e 2016, Eduardo Leite abdicou de concorrer à reeleição, mas elegeu sua vice-prefeita, Paula Mascarenhas (PSDB), como sucessora ainda em primeiro turno, com 59,86% dos votos válidos. A eleição de Paula coroou um governo considerado popular na sua cidade natal, mas foi abalado este ano por denúncias de fraude em exames de colo do útero em um laboratório contratado pela rede pública municipal.
Leite entrou na política ainda na adolescência, aos 19 anos, quando foi eleito vereador de sua cidade natal, em 2008. Aos 27, foi eleito prefeito e, agora, aos 33 anos, busca chegar ao Piratini. Porém, caso eleito, ele não será o governador mais jovem da história do RS. Júlio de Castilhos tinha 31 anos e 16 dias quando assumiu o governo do Estado.
Deputado estadual entre 1983 e 2003, deputado federal entre 2003 e 2005, Sartori foi eleito prefeito de Caxias do Sul em 2004, sendo reeleito quatro anos mais tarde. Em 2014, iniciou a campanha para o Executivo gaúcho em terceiro lugar, atrás do então governador Tarso Genro (PT) e de Ana Amélia Lemos (PP), mas apareceu na frente já no primeiro turno, quando recebeu 40,4% dos votos válidos. No segundo turno, ele derrotou Tarso Genro com 61,21%.
O governo Sartori foi marcado pela crise econômica e por uma forte política de ajuste fiscal, o que levou a praticamente quatro anos de enfrentamento com os servidores públicos. O funcionalismo completa quatro anos de salários congelados e, em outubro, chegou ao 34º mês de salários parcelados ou atrasados. Ao final de seu mandato, a grande aposta do governador era a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), negociação com o governo federal que garantiria a suspensão no pagamento da dívida com a União por três anos em troca de uma série de medidas de ajuste fiscal, incluindo a privatização das estatais CEEE, CRM e Sulgás.
Heinze e Paim no Senado
Para o Senado, Luiz Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT) foram eleitos. Contrariando o que afirmavam todas as pesquisas de intenção de voto, Heinze teve um forte crescimento nos últimos dias de campanha e acabou ficando em primeiro lugar com 21,95% dos votos válidos (com 99% dos votos apurados). Paulo Paim ficou em segundo com 17,76% dos votos válidos. Beto Albuquerque (PSB) ficou em terceiro lugar com 16,23% dos votos válidos, seguido por Carmen Flores (14,30%), José Fogaça (13,88%) e Abigail Pereira (9,19%).
Edição: Sul 21