Em nota divulgada no final da tarde desta segunda-feira (8), o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) oficializou apoio à chapa presidencial liderada pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que tem como candidata a vice a deputada Manuela d’Ávila (PCdoB), no segundo turno.
No documento, a sigla afirma que o resultado do primeiro turno mantém o cenário de instabilidade provocado pelo golpe de 2016 e que o segundo representa “a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe”.
Nesse sentido, o partido considera que a prioridade no momento é derrotar a candidatura de extrema-direita, representada por Jair Bolsonaro (PSL). A legenda também ressaltou que mantém sua independência e as diferenças programáticas em relação à chapa PT/PCdoB, mas avalia que, diante do cenário, a luta contra o líder do PSL tem maior importância.
O presidente do Psol, Juliano Medeiros, destaca que o contexto atual do país preocupa tanto o partido quanto seus militantes. Ele defende uma aglutinação de diferentes setores democráticos, mesmo aqueles de fora do espectro da esquerda, pela construção de uma frente nacional em defesa da democracia.
“É a democracia no sentido mais amplo, que envolve a defesa dos direitos sociais, do Estado democrático de direito e o respeito às instituições que foram construídas na Constituição Federal de 1988”, pontua.
O Psol considera que o revés de Bolsonaro traria a possibilidade de interrupção da agenda implantada por Michel Temer (MDB), abrindo caminho para a conquista da soberania nacional, entre outras coisas. Juliano Medeiros ressalta que a militância do partido irá atuar fortemente nesse sentido.
“O Psol vai se engajar ativamente na resistência democrática, se somando à campanha do Fernando Haddad pra evitar o retrocesso que está colocado como uma ameaça concreta ao Brasil”, disse ao Brasil de Fato.
Integrante do partido, o estudante universitário Emerson da Rocha Barros, de 20 anos, morador de Brasília, acredita que a militância pode ter um peso fundamental ao longo das próximas semanas. O segundo turno das eleições ocorre no dia 28.
Beneficiário do programa “Minha Casa, Minha Vida” e do Fies, ele lamenta o avanço conservador e destaca a preocupação da juventude com as ideias de Jair Bolsonaro (PSL), que, entre outras coisas, posiciona-se de forma contrária às cotas sociais e raciais.
O estudante defende uma articulação massiva dos militantes do partido junto a outros setores sociais para tentar barrar a candidatura de extrema-direita.
“As nossas massas podem se mobilizar pelo ‘Ele não’. As pessoas mais sofridas, os LGBTs, as pessoas que sofrem diariamente preconceito, discriminação devem se unir contra o Bolsonaro. Nos juntaremos em prol da população”, afirma.
Criado em 2005, o Psol está presente nos 26 estados do país e no Distrito Federal e soma um total de 140 mil filiados.
Edição: Diego Sartorato