Mais de 240 mil manifestantes de toda a Alemanha marcharam em Berlim no sábado (13) contra o racismo, a xenofobia e a extrema-direita em um dos maiores atos realizados nos últimos anos no país.
Segundo a organização da campanha #Unteilbar (“inseparáveis” ou “todos juntos”), o ato reuniu 242 mil pessoas após protestos contra a imigração realizados em várias cidades do leste do país e o aumento do apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) às vésperas de uma eleição estadual, ocorrida no domingo (14).
Um porta-voz da polícia não quis estimar o número de pessoas mobilizadas na marcha, que foi organizada por uma aliança ampla de associações, sindicatos, partidos e grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional.
Os manifestantes levaram cartazes com dizeres como “construa pontes, não muros”, “unidos contra o racismo” e “somos indivisíveis – por uma sociedade livre e aberta”.
Com a chegada de mais de um milhão de migrantes no país, muitos vindos de zonas de guerra no Oriente Médio, o apoio ao AfD se alastrou. O partido teve 10,2% dos votos na eleição de ontem na Baviera, conquistando pela primeira vez assentos no parlamento do estado – onde tradicionalmente o partido conservador União Social Cristã (CSU), aliado da coligação da chanceler Angela Merkel, sempre teve maioria absoluta. O Partido Verde, ambientalista e pró-imigração, aumentou seu quadro no estado, conquistando 17,5% dos votos e ficando em segundo lugar, atrás do CSU, com 37,2%.
Em agosto, grupos de extrema-direita na cidade de Chemnitz entraram em confronto com a política e perseguiram pessoas que acreditavam ser estrangeiras depois que um homem alemão foi morto a facadas e dois migrantes foram acusados pelo crime. Protestos semelhantes também aconteceram em Dresden, Koethen e outras localidades.
Merkel já acusou políticos do AfD de usarem os protestos violentos para incitar tensões sociais.
Ainda assim, o número de ataques contra refugiados e asilados na Alemanha teve uma queda drástica na primeira metade do ano.
Antes da eleição regional na Baviera no fim de semana passado, duas empresas haviam alertado os funcionários sobre os riscos do populismo, enquanto o presidente da federação de indústrias alemãs afirmou que a economia poderia ser prejudicada pela onda de nacionalismo.
*Com informações da CNN
Edição: teleSUR