Na noite desta quarta-feira (17), o candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, foi entrevistado ao vivo pelo SBT. A entrevista durou dez minutos, e o jornalista Carlos Nascimento fez uma série de perguntas polêmicas ao petista, reunindo elementos que tem sido explorados pela campanha de Jair Bolsonaro (PSL).
Logo no início, Nascimento questionou se Fernando Haddad “esperava mais” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que lutou ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a ditadura militar, mas, neste momento, não se posiciona contra a candidatura de Bolsonaro -- que faz apologia ao regime militar.
O petista respondeu que mantém uma relação respeitosa com FHC e que está se esforçando para unir em torno de sua candidatura "todos aqueles de boa fé, que lutaram pela redemocratização do país e contra a ditadura, contra a tortura".
Perguntado sobre seu legado como ministro da educação no governo Lula, Haddad ressaltou a criação de programas para jovens de baixa renda acessarem o ensino superior.
“Por exemplo, o Prouni [Programa Universidade para Todos] teve mais de dois milhões de beneficiários. Criei também o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] sem fiador, porque antigamente o Fies era só para quem tinha fiador e o pobre não tinha financiamento. Levei universidades federais para 126 universidade brasileiras e criei 214 escolas técnicas, em cidades médias, para estimular o ensino médio e profissionalizante”, disse.
Segurança Pública
“Você acha que o novo governo deve tomar medidas duras contra o crime ou esperar que criminosos se arrependerem do que fizeram?”, questionou o jornalista do SBT. O candidato do PT respondeu que seu programa de governo tem uma proposta inovadora para a questão da segurança pública, prevendo que crimes de organizações criminosas sejam de responsabilidade da Polícia Federal.
O jornalista insistiu em questionar se a proposta petista seria “jogar duro contra o crime ou deixar como está”. Haddad afirmou que apenas 8% dos autores de homicídios vão para a cadeia. “Se a Polícia Federal entrar combatendo o crime organizado, as polícias Militar e Civil de cada estado poderão atuar contra estupros, roubos e homicídios, que é o que aflige a população”, respondeu.
Mentiras
Haddad aproveitou para lembrar que Bolsonaro não participou dos debates e foi recentemente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu a veiculação da notícia falsa sobre o chamado “kit gay”. “Ele [Bolsonaro] está mudando o miolo dos meus livros e colocando livros de terceiros com capas do meu. Estou denunciando essa outra prática”, disse.
“Ele fez um vídeo dizendo que sou dono de Ferrari, sendo que nem carro eu tenho. Ando de metrô, ônibus e bicicleta”, completou o candidato.
Edição: Diego Sartorato