Imprudência

Filho de Bolsonaro ameaça entrar em guerra contra a Venezuela

Há mais de 140 anos o Brasil não enfrenta nenhum conflito militar com os países vizinhos

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Eduardo Bolsonaro ecoa a postura belicista do pai, Jair Bolsonaro, e ameaça a Venezuela em ato na Avenida Paulista
Eduardo Bolsonaro ecoa a postura belicista do pai, Jair Bolsonaro, e ameaça a Venezuela em ato na Avenida Paulista - Divulgação

O filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, ameaçou a Venezuela de guerra no último domingo (21), durante uma manifestação em apoio à candidatura do pai na capital paulista. 

Em seu pronunciamento, Eduardo afirma que, caso seu pai seja eleito, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não será convidado para a posse no dia 1º de janeiro, o que demonstra a falência diplomática da futura gestão. 

:: O que está acontecendo na Venezuela? ::

Mas o deputado vai além e garante que o vice, general Hamilton Mourão, já demonstrou interesse em invadir o país vizinho. “O general Mourão já falou: a próxima operação de paz do Brasil vai ser na Venezuela. Vamos libertar nossos irmãos venezuelanos da fome e do socialismo”, anunciou. 

Na noite da segunda-feira (22), o presidenciável Fernando Haddad (PT) criticou a política belicista de Bolsonaro e afirmou que falar em guerra contra a Venezuela é desconhecer a situação das Forças Armadas do Brasil. “Isso seria enviar soldados brasileiros, provavelmente pobres, para a morte na fronteira com o país vizinho”.

Haddad demonstra preocupação com uma possível escalada armamentista na região, uma vez que a América Latina é considerada um território de paz pela Cúpula dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a diplomacia do Brasil é reconhecida mundialmente pela não intervenção em assuntos internos de outros países. 

“A ideia de colocar uma base militar americana no Brasil também é fonte de preocupação, porque nós não temos essa tradição. O Bolsonaro, e isso eu ouvi, declarou que a Base de Alcântara seria cedida para os americanos. Então há preocupações”, afirmou Haddad, em outra entrevista, nessa terça-feira (23). 

Nos últimos anos o Brasil não interferiu em assuntos internos dos países vizinhos e tem tradição diplomática de mediar conflitos, não impulsioná-los. Não há interesse do governo brasileiro em invadir a Venezuela. 

Vale destacar que há anos o presidente Nicolás Maduro enfrenta um processo de desestabilização contra seu governo orquestrado nos Estados Unidos e aplicado pela elite local. O país é vítima de sabotagens e destruição de alimentos para gerar o clima de instabilidade social e frustração.

O interesse externo na Venezuela é o petróleo, apontam especialistas, uma vez que o país é a segunda maior reserva da matéria prima no mundo.

 

Edição: Portal Vermelho