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Qual o plano de educação dos candidatos à presidência?

Andressa Pellanda, coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, responde.

Ouça o áudio:

"O programa do Haddad traz propostas que pensam nas estratégias mais fundantes do Plano Nacional de Educação", diz Andressa Pellanda.
"O programa do Haddad traz propostas que pensam nas estratégias mais fundantes do Plano Nacional de Educação", diz Andressa Pellanda. - Pexels
Andressa Pellanda, coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, responde.

No próximo dia 28 de outubro ocorrerá o segundo turno das eleições para presidente. Dentre as propostas de governo dos candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), as propostas para a educação chamam a atenção. A comerciante Cássia Mauricio quer saber quais as propostas dos presidenciáveis para esta área.

"Meu nome é Cássia, tenho 21 anos, gostaria de saber qual o plano de educação dos candidatos Haddad e Bolsonaro?"

Andressa Pellanda, coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, responde a pergunta. 

Oi Cássia, tudo bem? Aqui quem fala é Andressa Pellanda, sou coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. É muito boa a sua pergunta. O programa do Haddad traz propostas que pensam nas estratégias mais fundantes do Plano Nacional de Educação, a primeira delas é a construção de fato de um Sistema Nacional de Educação, que possa articular a União, os Estados e os municípios na execução dessa política de educação, então, colocar todo mundo para trabalhar junto. Além disso ele prevê mais financiamento pra área através do Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQI), que é um mecanismo que prevê não só o financiamento, como também melhorar o parâmetro de qualidade para a educação básica do Brasil. Do ponto de vista do programa do Bolsonaro, a gente não vê estas metas fundantes, não se trata do Plano Nacional de Educação, mas que propõe algumas estratégias, como educação à distância, que para nós é uma estratégia que não é nem um pouco viável, especialmente porque as nossas casas e escolas não tem internet, muitas casas no Brasil não tem nem saneamento básico, quem dirá internet, porque a gente acredita inclusive que a escola é um espaço de socialização, é um espaço de aprender a lidar com o diferente e aprendizados que vão muito além de só aprender conteúdo. Então, a gente defende a educação presencial e só a proposta de educação à distância já é uma proposta que a gente considera bastante absurda. Além disso, ele também prevê que se pare de trabalhar educação política e educação para igualdade de gênero e orientação sexual nas escolas, o que também não é uma proposta que consideramos democrática, porque justamente a gente tem uma diversidade na sociedade brasileira e a escola precisa ser um lugar que traz essas diferenças para o centro do debate e trabalhe uma educação anti-descriminatória e inclusiva. Então, para além disso, ele ainda acredita que a gente não têm necessidade de investir mais nas escolas, mas todo mundo sabe a situação das escolas precárias do Brasil, então as propostas que o Bolsonaro traz não trabalham com a política central da educação e trazem ideias que vão de forma satélite enfrentar problemas que nem existem na sala de aula. Então, acho que era isso, e eu convido vocês à acessarem os programas do Haddad e do Bolsonaro no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que é um site confiável. É isso Cássia, um abraço. 

Edição: Camila Salmazio