Artefato talhado em pedra verde, em formato de rã ou sapo, pequeno cabe na palma da mão. Estamos falando da forma mais conhecida do muiraquitã.
Símbolo de sorte, proteção e amor, ele também ajuda a entender um período em terras amazônicas que começou bem antes do contato com os europeus e teve continuidade durante a colonização.
O arqueólogo do Instituto Mamirauá, Márcio Amaral, pesquisa há muitos anos o objeto e sua história no baixo Amazonas, que inclui municípios como Santarém e Prainha. A região é considerada um dos mais importantes centros de produção desses amuletos.
Usando como referência os achados arqueológicos da coleção Juma Janaína, pertencente à Universidade Federal do Oeste do Pará, Márcio conta que é possível identificar as peças produzidas na região mesmo que sejam encontradas em outro local, como em algum país que apresente floresta amazônica em sua extensão.
Em sua pesquisa, o arqueólogo buscou ainda identificar as ferramentas utilizadas para fabricar os muiraquitãs, alguns do século 8 depois de Cristo.
Em laboratório, ele tentou reconstruir a cadeia de produção e disse que é possível perceber o avanço tecnológico na confecção dos objetos. No último dia 25 de outubro, o estudo dos muiraquitãs foi premiado.
O reconhecimento veio com o prêmio Luiz de Castro Faria, realizado pelo IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em parceria com o Centro Nacional de Arqueologia.
Edição: EBC