O governo da Escócia anunciou na última quinta-feira (08) que irá incluir temas relativos aos direitos LGBTs no currículo escolar das instituições públicas de educação. Com a medida, o país se torna o primeiro do mundo a proporcionar aulas sobre o tema.
A decisão veio após o governo escocês aceitar por completo as recomendações do grupo ativista Time for Inclusive Education (TIE), organização que trabalha no combate à homofobia nas escolas. Escolas públicas de todo o país terão que implementar aulas sobre história dos movimentos LGBTs, bem como combater a homofobia e transfobia.
Jordan Daly, um dos fundadores do TIE, disse ao jornal britânico The Guardian que a decisão é histórica, pois coloca fim ao "legado destrutivo" da legislação de 1988, que proibia "promoção" da homossexualidade. "A implementação da educação inclusiva LGBT em todas as escolas públicas é um pioneirismo", disse.
De acordo com o TIE, nove em cada dez LGBTs escoceses afirmam ter sofrido algum tipo de discriminação na escola. Além disso, 27% da população LGBT no país disse já terem tentado suicídio após serem vítimas de preconceito.
Segundo o vice-primeiro-ministro e secretário de Educação do país, John Swinney, a Escócia "já é considerada um dos países mais progressistas na Europa para igualdade LGBT".
"Nosso sistema de educação deve apoiar qualquer um para que possa alcançar seu pleno potencial. Por isso é vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que estudam nas escolas", disse Swinney ao The Guardian.
A Escócia é conhecida por fornecer proteção legal para pessoas LGBT, apesar do fato de ter descriminalizado a homossexualidade somente em 1980.
Edição: Opera Mundi