Dez políticos eleitos para a gestão 2019-2022, representando nove estados do Nordeste, enviaram uma carta na noite desta quarta-feira (21) ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). No texto, os governadores e vice-governadores pediram uma audiência com o capitão reformado do Exército, elencaram pautas prioritárias para a região e manifestaram preocupação com o "vazio assistencial" que pode ser aberto após a saída dos profissionais cubanos do Programa Mais Médicos. É "fundamental a imediata recomposição e ampliação do citado Programa", diz o documento.
:: O que o Brasil perde com a saída de cubanos do Mais Médicos? ::
A carta foi assinada pelos governadores eleitos João Azevêdo (PSB-PB), Fátima Bezerra (PT-RN), Camilo Santana (PT-CE), Rui Costa (PT-BA), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Flávio Dino (PCdoB-MA); e pelos vice-governadores eleitos, de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB-AL), e de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB-PE).
Entre as demandas prioritárias estão a "retomada urgente de obras federais", "a execução de ações concretas no combate à criminalidade interestadual" e uma "refoma tributária que corrija distorções, como a tributação de bancos e de rendas do capital".
Leia o documento na íntegra:
“CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE
Exmo. Presidente Eleito Jair Bolsonaro,
Os Governadores eleitos do Nordeste vêm solicitar uma audiência com V.Exa. para tratar prioritariamente acerca dos seguintes itens:
1. Retomada urgente de obras federais no Nordeste, visando ao crescimento econômico e à geração de empregos, com especial destaque para obras rodoviárias, de segurança hídrica e habitacional;
2. Celebração de um Pacto Nacional pela Segurança Pública, em que o Governo Federal assuma a coordenação e a execução de ações concretas no combate à criminalidade interestadual, a exemplo de assaltos a bancos, tráfico de armas e explosivos, atuação de facções criminosas, etc;
3. A viabilização de fontes financeiras para reequilíbrio do pacto federativo, uma vez que Estados e Municípios sofreram drasticamente com a recessão econômica que deteriorou FPE e FPM. Nesse sentido, importante pautar a Reforma Tributária que corrija distorções, como a tributação de bancos e de rendas do capital;
4. Desbloqueio das operações de créditos dos Estados, para viabilização de investimentos e pagamentos de precatórios judiciais;
5. Debate acerca da prorrogação e ampliação da participação financeira da União no FUNDEB (Novo FUNDEB);
6. Preocupação com o vazio assistencial que pode se produzir nos Municípios, com a diminuição do contingente de profissionais do Programa Mais Médicos, sendo fundamental a imediata recomposição e ampliação do citado Programa.
Ratificamos os nossos cumprimentos pela vitória eleitoral de V. Exa., registrando que estamos totalmente comprometidos com a luta por bons destinos para a nossa Pátria e à disposição para o diálogo e o entendimento nacional.”
Edição: Daniel Giovanaz